Aliados de Eduardo nos EUA mapeiam bens de ministros do STF no exterior
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Dois aliados de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos estão levantando informações sobre os bens dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) em solo estrangeiro.
O objetivo é ter as informações em mãos para definir se seria possível o governo dos EUA aplicar algum tipo de sanção como as que Moraes aplica no Brasil, segundo apurou a coluna com uma pessoa próxima ao deputado federal e que está a par da iniciativa para pressionar os ministros.
Eduardo Bolsonaro é o principal interlocutor entre eles e parlamentares brasileiros. O filho do ex-presidente também serve de intermediário entre bolsonaristas e parlamentares e integrantes do Executivo dos EUA em temas relacionados a Moraes. Eles ainda trabalham para que o governo norte-americano revogue os vistos de Alexandre de Moraes e de sua família.
Dois dos principais alvos de Moraes em processos que envolvem ataques à democracia no Brasil estão morando nos Estados Unidos: os blogueiros Paulo Figueiredo e Allan dos Santos.
Foi em um programa em um canal do YouTube que tem Allan dos Santos como um dos entrevistadores que Eduardo anunciou que ficaria nos EUA em licença de seu mandato.
Eduardo, Allan e Figueiredo são os principais expoentes do grupo, que tem o apoio de parlamentares do PL e da base de Donald Trump nos EUA, como María Elvira Salazar e Jim Jordan.
Desde o início de 2025, Eduardo viajou quatro vezes ao país, fazendo périplos para conversar com autoridades americanas sobre a atuação de Moraes no Brasil, conseguir algum tipo de sanção ao ministro e, sobretudo, gerar algum alívio nas acusações que seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, enfrenta na Corte.
Na próxima semana, o STF começa a julgar a denúncia contra o ex-presidente por tentativa de golpe de Estado, quando ele pode ser tornar réu.
Eduardo e Figueiredo têm se reunido com os principais envolvidos no projeto que pode retirar o visto americano de Moraes, disse o deputado à colunista Raquel Landim.
Essa articulação já conseguiu um resultado: um comitê do Congresso americano aprovou um projeto de lei que cria sanções contra o ministro. A proposta estabelece o veto de entrada no país a qualquer estrangeiro que viole a Primeira Emenda da Constituição dos EUA —justamente o argumento usado por aliados de Bolsonaro. A diplomacia americana mandou um recado público ao Brasil, e o governo brasileiro respondeu.
Eduardo Bolsonaro não respondeu às perguntas enviadas pela coluna.
Moraes x Musk
Para além de bolsonaristas e trumpistas, Moraes tem um adversário de peso e com forte influência sobre o presidente americano: o bilionário Elon Musk, dono do X e que protagonizou embates com o ministro no ano passado.
Como mostrou o UOL, as decisões de Moraes punindo a empresa por não suspender determinadas contas na rede social tinham como pano de fundo ataques e ameaças, inclusive de morte, contra investigadores que atuam nos processos que envolvem bolsonaristas.
Desde o segundo semestre de 2024, bolsonaristas e trumpistas coordenam medidas para pressionar a Corte brasileira, com foco especial no ministro Moraes. A iniciativa escalou a partir da vitória de Trump, quando o tema da revogação do visto do ministro voltou à pauta.
Em outra frente contra Moraes, uma empresa de mídia que pertence a Donald Trump e a plataforma de vídeos Rumble entraram com uma ação conjunta em um tribunal federal americano alegando censura por parte do ministro no Brasil.
283 comentários
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Divanir de Lima
Ele deveria investigar os bens que o pai dele comprou com dinheiro em espécie para não ser rastreado.
Marcos Valério Andre da Silva
Bom dia, Eduardo não volte mais, vc estará fazendo um favor para nós.
Tauat de Souza
Exigir inteligência de um "patriota" é muito complicado. Então, vamos incentivar!! Continuem com essa perseguição declarada, vai ajudar bastante a situação do ex presidente.