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Madeleine Lacsko

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

O que Zema conseguiu pescar que bolsonaristas deixaram escapar?

Colunista do UOL

19/11/2022 07h58

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Na Live UOL desta sexta-feira (18), comentei a análise feita pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), sobre a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas urnas.

Para o governador, o atual presidente pecou na comunicação e acabou perdendo a eleição "para si mesmo" e não apenas para o seu adversário, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Bolsonaro teve uma infelicidade muito grande principalmente na comunicação", disse Zema. "Teve bons resultados, mas sempre causando muitos ruídos, um desgaste desnecessário. Mais do que ter perdido para o próprio candidato Lula, o presidente Bolsonaro perdeu para si mesmo, devido à forma de condução da comunicação".

Zema, que foi coordenador da campanha de Bolsonaro em Minas Gerais no segundo turno das eleições, afirmou também que a principal falha do presidente foi durante a pandemia da covid-19.

"Durante a pandemia, a comunicação do governo federal deixou muito a desejar. Quando você está lidando com algo que não conhece, é bom não menosprezar, você está menosprezando algo que alguém está aflito em relação àquilo e acaba tendo um reflexo negativo", disse.

O diagnóstico de Romeu Zema mostra que o governador conseguiu pescar algo que o bolsonarismo deixou escapar.

Surgido na brecha aberta entre a comunicação mainstream e o que pensa o povo, o movimento bolsonarista cresceu e se fortaleceu à medida que se deu cada vez mais espaço e voz a personalidades que debochavam de valores importantes para o povo —algo considerado por elas menor ou atrasado.

Mas o grupo não percebeu que caiu no mesmo erro, principalmente durante a pandemia —como destacou Zema— quando valores que antes eram defendidos pelo bolsonarismo, como a família e a vida em comunidade, acabaram sendo rifados em favor de sua própria bolha radical.

Na Live UOL, falamos também sobre o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, que disse que, apesar de desaparecido, Bolsonaro está trabalhando 18 horas por dia; e sobre o senador Tasso Jereissati, que afirmou que o PSDB não deveria ter contestado a vitória de Dilma Rousseff (PT), em 2014.

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