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Madeleine Lacsko

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Minuta de Torres é boa para rede social mas insuficiente para condenação

Colunista do UOL

21/01/2023 09h01

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Na Live UOL, desta sexta-feira (20), falei sobre o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, que deve prestar um novo depoimento à PF (Polícia Federal) na próxima semana.

Segundo apuração da colunista do UOL Juliana Dal Piva, Torres vai alegar que não se recorda da minuta do decreto que pretendia um estado de defesa no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O ex-ministro deve falar aos investigadores que a todo momento chegavam documentos desse teor, inclusive em suas redes sociais, ao longo de dezembro. Por isso, não se recordaria de quem o entregou ou o contexto em que essa minuta chegou até ele.

Torres ficou em silêncio durante depoimento na quarta-feira (18) porque sua defesa aguardava acesso aos autos de dois dos três inquéritos em que é investigado, em consequência das invasões e depredações dos prédios dos Três Poderes, em Brasília. Ele está preso e é investigado por suposta leniência durante os atos golpistas.

Como eu já havia destacado logo no primeiro dia, era esperado que o ex-ministro alegasse que não se lembra de um papel sem assinatura encontrado em sua residência. Mas, mesmo que saiba do que se trata, seu problema vai muito além de um simples documento.

O problema de Anderson Torres está em um possível envolvimento dele e de outras autoridades ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na discussão do tema e de estratégias jurídicas para se tentar um golpe de Estado, com o apoio das Forças Armadas.

A minuta do decreto encontrada pode ser muito boa para as redes sociais e para a empolgação antecipada da militância, mas, na prática, insuficiente como prova para uma possível condenação.

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