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Após promover debate do PSDB, Globo se diz disponível para outros partidos
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A realização nesta terça-feira (19) de um debate com os três pré-candidatos do PSDB à Presidência deixou claro, caso houvesse ainda alguma dúvida, que a campanha eleitoral de 2022 já começou.
Promovido pelos jornais O Globo e Valor Econômico, o evento reproduziu, com todos os seus cacoetes, os debates em ano de eleição. Houve trocas de farpas, ironias e indiretas entre Arthur Virgílio, Eduardo Leite e João Doria. A moderadora controlou rigorosamente os tempos (para pergunta, réplica e tréplica) de cada candidato. As claques riram e aplaudiram os melhores momentos dos seus candidatos.
Virgílio e Leite vestiram o figurino tradicional (terno e gravata) enquanto Doria fez o estilo informal (camisa dobrada, sapato sem meia). Com menos chances, segundo os analistas políticos, Virgílio parecia mais relaxado e bem-humorado. Em quatro blocos, o debate durou mais de duas horas.
Para espantar a suspeita de que Globo e Valor teriam se engajado, de alguma forma, na busca por uma "terceira via" (nem Bolsonaro nem Lula) na disputa presidencial em 2022, a moderadora Vera Magalhães informou que os dois jornais estão "disponíveis" caso outros partidos desejem promover evento semelhante. Disse ela:
O Globo e o Valor entendem ser seu papel fomentar o debate de ideias na política brasileira. Em países com tradição na realização de prévias a imprensa promove este tipo de evento. Os dois jornais estão disponíveis para realizar debates semelhantes a todos os partidos com mais de 5% dos assentos na Câmara que desejem realizar prévias para a escolha dos seus candidatos.
A oferta, claro, não se estende a partidos que não têm planos de fazer prévias, como o PT e o que acolher Bolsonaro. Ao final do encontro, a moderadora reiterou a visão dos jornais sobre a promoção do debate:
O Globo e o Valor reafirmam o seu compromisso de realizar eventos semelhantes, desta mesma magnitude, com outros partidos que resolverem escolher os seus pré-candidatos por prévias partidárias, que não é uma tradição no Brasil, existem em outros países do mundo e requerem cobertura da imprensa. Esse é o papel da imprensa em um país democrático, e assim esses dois jornais contribuem para este debate público.
Nas redes sociais, um dos temas principais proporcionados pelo debate foi a oferta de uma assinatura grátis de O Globo por um mês para quem acessasse o link da transmissão ao vivo. Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e candidato presidencial do PT em 2018, afirmou considerar "a prática imoral e ilegal". Segundo ele, "configura doação de recursos em proveito de um partido político". A oferta foi apagada das redes sociais depois da enorme repercussão da postagem de Haddad.
Procurado, o jornal informa que o que houve foi venda de assinatura com período de degustação, não apenas para o debate, mas em vários outros conteúdos do site, como acontece sempre.
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