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Record ignora falas de Mendonça sobre casamento gay e limites da Bíblia
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A sabatina e aprovação pelo Senado do nome do ex-ministro André Mendonça para uma vaga no Supremo Tribunal Federal foi um dos assuntos de maior destaque nos telejornais das principais emissoras de TV aberta na noite desta quarta-feira. Apenas o início do julgamento dos acusados pelo incêndio na boate Kiss rivalizou com a decisão do Senado.
O presidente Jair Bolsonaro, ao indicar o seu candidato, havia falado em ter um ministro "terrivelmente evangélico" no STF. Por esse motivo, a religiosidade de Mendonça foi um dos temas principais da sabatina. Todos os telejornais ressaltaram que ele defendeu o "estado laico", e prometeu que a sua atividade como pastor não vai interferir nas decisões como ministro do STF.
Mas somente o "Jornal da Record" não reproduziu a frase enfática dita durante a sessão no Senado: "Na vida, a Bíblia; no Supremo, a Constituição". O telejornal da Record foi também o único a não mencionar que Mendonça afirmou que defenderá o direito constitucional do casamento das pessoas do mesmo sexo. O JR optou por dizer que ele prometeu "respeitar direitos e garantias individuais que integram a Constituição".
Somente o JN lembrou que a frase de Mendonça sobre não haver espaço para manifestação pública religiosa durante sessões do STF foi uma resposta a um pedido de Bolsonaro por orações dentro do tribunal.
O "Jornal Nacional" foi quem dedicou maior tempo ao assunto: 10 minutos. O "SBT Brasil" o que falou de forma mais apressada: apenas 2 minutos. Na Band, Mendonça foi tema de uma reportagem de 3 minutos e na Record apareceu por 4 minutos.
O "Jornal da Band" foi o único a registrar que o resultado da votação no plenário, 47 votos favoráveis e 32 contrários, representou um "placar apertado". Na realidade, e nenhum telejornal observou, foi o placar mais apertado entre todos os indicados ao cargo pelo menos desde a redemocratização do país, em 1985.
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