Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Monark: Informalidade em entrevistas não pode ser confundida com ignorância
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Jovens comunicadores hoje em atividade estão trazendo algumas boas contribuições à arte da entrevista. Por atuarem em novas mídias digitais, ampliam o mercado e as possibilidades de difusão de ideias. Oferecem a oportunidade de expressão para vozes que não encontram espaço na mídia tradicional. E acrescentam às conversas uma dose de informalidade que não encontra muito espaço na televisão.
Algumas destas contribuições, porém, foram convertidas em fetiches. A primeira é a celebração de números de audiência, alguns até bem robustos. Vejo uma empolgação meio infantil com os números alcançados por estes programas. Concordo que algumas vitórias merecem ser festejadas, mas esse não é o ponto principal.
O segundo, e maior problema, é a importância excessiva dada à informalidade destas entrevistas. É óbvio que a forma importa, e chama a atenção, mas resumir o talento de Casimiro, por exemplo, às gírias e expressões que usa nas suas transmissões é reduzir muito o que ele faz.
A informalidade muitas vezes esconde o despreparo de um entrevistador. E é aí que mora o maior perigo, como a todo momento vemos. Um bom papo informal demanda preparação prévia, conhecimento e informação de quem faz as perguntas ou provoca os assuntos da conversa.
O entrevistado, de fato, se sente mais à vontade diante de um entrevistador que não parece estar investido desta função. A informalidade pode ajudar a "soltar" o entrevistado, fazer com que revele fatos inéditos, conte histórias que nunca contou, dê declarações bombásticas que nunca daria diante de um jornalista mais formal.
Mas quem comanda a conversa, mesmo a mais informal, precisa saber sobre o que está falando. Mesmo bêbado. Ao fazer apologia a um partido nazista, Monark demonstrou ignorância (estou sendo otimista) e despreparo. Isso não tem nada a ver com informalidade.
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