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Mauricio Stycer

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Folha: 'Pacto Brutal' faz parte da caótica cobertura do caso Daniella Perez

O assassinato de Daniella Perez, filha de Gloria Perez, ocorreu em dezembro de 1992                          - Reprodução
O assassinato de Daniella Perez, filha de Gloria Perez, ocorreu em dezembro de 1992 Imagem: Reprodução

Colunista do UOL

31/07/2022 07h01

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No início de 1993, pouco tempo depois do assassinato de Daniella Perez, foi ao ar um Globo Repórter sobre o caso. Um dos destaques do programa era a cena que a atriz havia gravado com Guilherme de Pádua horas antes do crime.
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As imagens foram incluídas na série documental "Pacto Brutal", mas o comentário que Marcelo Rezende faz em seguida ficou de fora: "É uma cena incomum na carreira medíocre de Guilherme de Pádua. Ele conseguiu passar para o personagem Bira a tensão característica de um homem que ama e é rejeitado. Só que a tensão não era de Bira, mas sim do assassino Guilherme, que a esta altura já sabia que a vida de Daniella Perez, uma menina de apenas 22 anos, estava chegando ao fim".
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A decisão de não dar voz aos dois condenados pelo crime se tornou um dos principais assuntos gerados pelo documentário. Antes mesmo que alguém protestasse contra essa escolha, Gloria e os diretores expuseram o ponto de vista de que a versão de Guilherme e Paula está nos autos do processo e que entrevistá-los hoje seria dar "palco para psicopata" e revitimizar a vítima. Desta forma, 30 anos depois do crime, a série "Pacto Brutal" se torna, ela própria, mais um elemento a merecer uma futura análise sobre a caótica cobertura do caso.

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