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Mauricio Stycer

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Folha: "O Bem Amado", de Dias Gomes, é "apenasmente" atual

Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo) em O Bem-Amado - Reprodução / Globo
Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo) em O Bem-Amado Imagem: Reprodução / Globo

Colunista do UOL

23/10/2022 07h01

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Político tradicional, Odorico Paraguaçu difundiu fake news até no momento de morrer. No chão, amparado pela secretária Gisa, após levar três tiros de Zeca Diabo, o prefeito balbuciou, enquanto o sangue escorria pela boca: "Foi pago pra me matar. Interesses antipatrióticos. Uma superpotência. Trama internacional. Materiais atômicos. Eles querem tomar Sucupira. Eles querem dominar o mundo. Apenasmente", disse, antes de concluir. "Dona Gisa, eu acho que tô chegando aos finalmente."
(...)
"O Bem-Amado" foi exibido entre 22 de janeiro e 3 de outubro de 1973. Na vasta obra de Dias Gomes, esta novela não é necessariamente a melhor coisa que fez, mas ocupou um vazio na televisão que até hoje ainda não foi devidamente preenchido -o da ficção com base na realidade política brasileira.
(...)
Nascido como um texto teatral, montado em 1965, a trajetória de "O Bem-Amado" é magnífica e ajuda a entender por que Dias Gomes, cujo centenário de nascimento se comemora nesta semana, merece todas as homenagens. Odorico Paraguaçu e Sucupira seguem vivos, como retratos do Brasil. Seria cômico, se não fosse trágico.

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