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"Não tinha mais lugar lá para mim", diz Maria Adelaide sobre saída da Globo
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Aos 80 anos, Maria Adelaide Amaral se diz tranquila com o fim do contrato com a Globo. Foram 32 anos na emissora e uma série de trabalhos marcantes e bem-sucedidos.
"Estou bem. Vivi o melhor momento da Globo", diz Maria Adelaide ao UOL. "Não tinha mais aquela autonomia de propor. Estava claro que eu não tinha lugar lá".
Desde 2017, a autora tentava emplacar um projeto baseado na vida e trajetória de Carlos Gomes (1836-1896), o compositor de "O Guarani". Inicialmente uma minissérie, foi transformado, a pedido de Silvio de Abreu, numa novela de época, com 125 capítulos.
Com a troca de comando na área de entretenimento e teledramaturgia, em 2020, Maria Adelaide foi informada que a novela não seria mais produzida por ser considerada de alto custo. Está pronta, à disposição da Globo, mas ela acha que nunca sairá da gaveta.
A autora tem outros projetos. No momento, está desenvolvendo, a pedido do cineasta Bruno Barreto, o roteiro de "Em Nome dos Pais". É uma adaptação do livro do jornalista Matheus Leitão sobre a história de seus pais, os jornalistas Marcelo Netto e Míriam Leitão, que foram presos e torturados pela ditadura militar.
Maria Adelaide também pensa em escrever uma peça sobre Carlos Gomes. E diz que tem outros projetos para desenvolver para plataformas de streaming. Uma coisa ela tem certeza. "Não quero nunca mais na minha vida escrever novelas".
Com suas minisséries, Maria Adelaide teve a oportunidade de tratar de temas históricos, como a revolução farroupilha em "A Casa das Sete Mulheres", o modernismo, em "Um Só Coração", e de grandes personagens do país, como o ex-presidente Juscelino Kubitschek, a turbulenta relação do casal formado por Dalva de Oliveira e Herivelto Martins e a trajetória de Dercy Gonçalves, entre outros.
Que venham os novos projetos!
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