Natália Portinari

Natália Portinari

Siga nas redes
Reportagem

CGU vai abrir processos contra policiais da 'Abin paralela'

A CGU (Controladoria-Geral da União) vai abrir processos administrativos disciplinares contra os policiais federais que atuaram em ações contra adversários de Jair Bolsonaro na Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

A controladoria aguarda o compartilhamento das provas do inquérito do Supremo Tribunal Federal sobre o caso, já autorizado pelo ministro relator, Alexandre de Moraes, para abrir os processos.

Esses policiais pertenciam ao CIN (Centro de Inteligência Nacional), uma estrutura conhecida como "Abin paralela" por operar contra adversários de Bolsonaro, em ações que não passavam pelos trâmites normais da agência.

Os processos administrativos disciplinares (PADs) podem levar à advertência, suspensão e demissão — quando há irregularidades graves — de servidores públicos.

Ao autorizar a Operação Vigilância Aproximada, nesta quinta-feira (25), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a suspensão imediata dos sete integrantes da Polícia Federal que participaram desse grupo.

Os servidores afastados, na mira também da CGU, são Carlos Afonso Gonçalves, Marcelo Araújo Bormevet, Felipe Arlotta Freitas, Carlos Magno de Deus Rodrigues, Henrique César Prado Zordan, Alexandre Ramalho e Luiz Felipe Barros Felix.

Eles integraram a Abin na gestão de Alexandre Ramagem (PL-RJ), hoje deputado federal, durante o governo Jair Bolsonaro. O CIN foi criado pelo então diretor da agência para executar ações de inteligência para fins políticos.

Ramagem usou a estrutura da Abin para produzir dossiês sobre adversários do governo e monitorar alvos de interesse político, usando um software espião que monitorava a geolocalização de celulares, segundo investigação da Polícia Federal.

Esse grupo produziu dossiês sobre os ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, monitorou com drones o então governador do Ceará, Camilo Santana (PT), e até acompanhou a investigação do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL).

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Deixe seu comentário

Só para assinantes