Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Queiroga segue Chacrinha: veio para confundir; Bolsonaro para enterrar
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O uso do diploma de médico é o uniforme do pseudoministro da Saúde, que chegou para confundir. Aproveita a luxúria de poder que não teria, não fosse a sabujice ostensiva, para instalar a confusão.
Numa caricatura de médico, vale-se o tal Queiroga do CRM - registro no Conselho Regional de Medicina - para dar legitimidade ao que é inadmissível: aposta contra a ciência e receita por rumor, quando determina a não vacinação de adolescentes, enquanto usufrui de uma quarentena paga em dólares com recursos públicos, em Nova York, salvo da CPI pelo vírus que desdenha. A ciência o desdisse. E o Ministério voltou atrás.
O dedo obsceno do Queiroga é o símbolo exato do que se tornou o Ministério da Saúde. É o que oferece ao país. É o que entrega ao país. Esse dedão na cara do povo, como se fosse o merecido por todos aqueles que emprestam à instituição o poder de formular e orientar políticas públicas. Como se fosse o merecido por todos aqueles que lutaram por um Sistema Único de Saúde - o SUS, que estruturaram e fizeram funcionar o Programa Nacional de Imunização - o PNI, que o tal Queiroga tentou desmoralizar. Esse tal que não respeita informações dadas pela ciência e vai aos palcos internacionais em comitiva vergonhosa, igualmente envergonhar o país.
Verga-se o tal Queiroga à determinação charlatã do capitão, que é contrário à vacinação de adolescente, e, vassalo confesso, confunde o país. Assiste de longe o vexame ao qual expõe o país, no refugo à ciência. Apropria-se da autoridade do capitão, que se tornou piada internacional ao chegar nos Estados Unidos, exibindo a convicção antivacina de um praticante de medicina de WhatsApp.
Aplaude a autoridade de conhecimento de charlatão da qual o capitão se valeu para falar ao mundo, e ser apontado como bufão, citando o Conselho Federal de Medicina como fonte das suas decisões, que a Justiça irá, a seu tempo, analisar.
A autonomia do ato médico é mais uma confusão conceitual deliberada, praticada pelo capitão, à qual assente o sabujo Queiroga. Faz vistas grossas para a falsificação de atestados de óbito, para sustentar a fantasia que lhe assegura o cargo e, quem sabe, uma legenda para disputar eleições na Paraíba.
A operadora Prevent Senior é a ponta de um iceberg de desfrute irresponsável do poder médico. O CFM - o Conselho Federal de Medicina, o álibi para a "autonomia do ato médico", em colisão com a ciência.
O tal Queiroga é discípulo fiel do capitão e tem as mesmas ambições que o chefe.
O que quer o falso ministro da Saúde do Brasil? O mesmo que deseja o chefe dele: manter-se a salvo da realidade nacional, onde a doença, a pobreza, a inflação, a devastação ambiental e o cemitério lotado - estamos na beirada de 600 mil mortos - não podem ser esquecidos. Querem a blindagem do poder, querem as benesses, não querem a responsabilidade das funções que desmerecem. Querem - o chefe e o chefiado - o cartão corporativo com despesas pagas, sem questionamento e não explicadas, de consumo de leite condensado a pizza fast food em calçadas internacionais, e um ir e vir em aviões da FAB, nas jornadas pessoais eleitoreiras. Querem criar factoides como pessoas do povo, pessoas comuns, mas é dessas mesmas que se distinguem.
São pessoas comuns aquelas que estão nas filas do desemprego; são aquelas que buscam chegar até o final do mês com comida na mesa.
Também são pessoas comuns aquelas seduzidas pelos conteúdos maliciosos, falsos, disseminados indiscriminadamente pelas redes sociais, para esconder a verdade dos fatos. São ainda aquelas contaminadas pelo vírus do ódio, porque não têm a paciência para lidar com os fatos.
E os fatos são: o tal Queiroga só tem o dedo a oferecer; o capitão, como Alice no País das Maravilhas, o fundo do poço.
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