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Lula mostra que orçamento secreto e Auxílio Brasil não garantem Bolsonaro
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A pesquisa Ipec dá vantagens a Lula, mas não tem foguetório na campanha do ex-presidente. Lula está na beira do limite de ganhar no primeiro turno - se se mantêm os votos brancos e nulos na faixa dos 10%, ele precisa de 45%; está com 44%.
Na polarização num segundo turno, a votação entre os dois candidatos - Lula e o ex-capitão - este fica comendo poeira.
Os bilhões de reais despejados na forma de Auxílio Brasil são a grande aposta do ex-capitão, mas não se convertem ainda em apoio a candidatos associados a ele. Ao contrário. Em Minas, o atual governador se esconde das selfies com o ex-capitão; em São Paulo, Tarcísio de Freitas não decola - no interior do estado, o antipetismo parece menor que o imaginado por quem aposta no conservadorismo paulista - e no Rio de Janeiro, a gestão de Claudio Castro é reprovada; ele empata com o deputado Freixo. O ex-capitão tem favoritismo mínimo.
Segundo o Ipec, os eleitores estão pouco felizes com governadores incumbentes no Rio de Janeiro e em São Paulo. Só Romeu Zema navega com mais folga em relação ao segundo colocado, o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil. Em Minas, o segundo o maior colégio eleitoral do país a conversa é assim: Kalil tem que ficar no colo de Lula, que está na dianteira no estado e Zema não quer ficar na mesma foto com o ex-capitão. Sobra palanque para Lula, falta para o ex-capitão. E reza a lenda: Minas é a cara do Brasil; vitória aí espelha vitória no Brasil.
Mas Lula é o melhor cabo eleitoral - Rio, Pernambuco - onde Marília corre na frente depois das bençãos do ex-presidente - e São Paulo.
A bandeira da corrupção, tão cara ao ex-capitão, é um tiro no pé dele no Rio de Janeiro. Tem pouco para comemorar. Os funcionários fantasmas do Rio, responsáveis por saques na "boca do caixa" de mais de R$ 220 milhões, do Centro de Estudos e Pesquisas do Estado (Ceperj), estão encarnando. O deputado Marcelo Freixo aparece com possibilidades de se eleger. O empate técnico entre o atual governador e o deputado e a baixa aprovação do governo de Claudio Castro, afilhado de Witzel, impichado por conta de denúncias de superfaturamento em hospitais de campanha durante a pandemia, anima a campanha de Freixo.
Será o eleitor envergonhado - que votou no ex-capitão e que se deu conta do estrago provocado por seu voto - o pêndulo importante para empurrar Lula para uma votação mais folgada. Resta saber se esse(a) eleitor(a) terá a coragem de admitir o erro.
Ah sim, ainda tem a conversa de terceira via. Só não contaram para o eleitorado.
Quinta-feira tem Datafolha. Se for mais do mesmo é boa notícia pra Lula.
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