MPF apura pagamentos de pelo menos R$ 2,3 milhões a José Dirceu
A nova fase da operação Lava Jato levanta uma série de acusações contra o ex-ministro José Dirceu, suspeito de ter recebido ilicitamente mais de R$ 2,3 milhões.
O Ministério Público diz em sua denúncia que foram obtidos indícios de pagamentos ilícitos a Dirceu provenientes de dois escritórios de advocacia e de uma prestadora de serviços contratada pelo Grupo Oi/Telemar.
Os escritórios envolvidos são o Lima, Serra, Fernandes & Associados, sediado em Portugal, e o Serra, Fernandes e Volk, com sede no Brasil.
A figura chave seria o advogado João Abrantes Serra, sócio de ambos os escritórios.
De acordo com os procuradores, parte dos pagamentos do escritório a Dirceu ingressava antes em contas bancárias no Brasil em nome da empresa JD Assessoria e Consultoria e do escritório Oliveira e Silva & Ribeiro Advogados.
O Ministério Público Federal (MPF) acredita que ao menos parte dos pagamentos provenientes de Lima, Serra, Fernandes & Associados tendo como beneficiário final Dirceu esteja relacionado a negócios envolvendo a Zagope Construções e Engenharia, que atua na Europa.
A empresa faz parte do Grupo Andrade Gutierrez. O escritório português transferiu para Dirceu R$ 662 mil, entre 2008 e 2012.
Levantamento dos procuradores apontou que a empresa R.T Serviços Especializados, pertencente a Julio Cesar Oliveira Silva, foi responsável pelo pagamento de despesas em favor do grupo de Dirceu que atingiram quase R$ 1,59 milhão.
Essa empresa, que chegou a ter no máximo dois funcionários, recebeu, entre 2009 e 2015, R$ 10,8 milhões do grupo Oi/Telemar.
De acordo com o MPF, a Receita Federal apurou que Dirceu, por meio de sua empresa de consultoria, simulou diversos contratos de prestação de serviços com construtoras e empreiteiras. A Receita informou ter identificado indícios de tráfico de influência para favorecer empresas de setores como bebida e medicamentos.
O ex-ministro petista já havia sido condenado por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro _ a Engevix Engenharia pagou propina a Dirceu e grupo político a ele associado para obter contratos da Petrobras, de acordo com a Lava Jato.
Roberto Podval, advogado do ex-ministro José Dirceu, disse que não teve acesso à íntegra das acusações, mas contestou as ilações dos procuradores. Disse que "todos os recebíveis do ex-ministro já foram objeto de investigações". "É mais do mesmo", criticou.
Em nota, a Oi/Telemar afirmou que atua de forma transparente e tem prestado todas as informações e esclarecimentos que vêm sendo solicitados, "assegurando total e plena colaboração com as autoridades competentes". O Grupo Andrade Gutierrez informou que segue colaborando com as investigações.
Os demais acusados ainda não haviam sido localizados até a publicação deste texto.
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