Por fidelidade a Trump, Bolsonaro deixa brazucas à própria sorte no México
Os brazucas, brasileiros que tentam imigrar para os EUA sem documentação, atingiram 18 mil em um ano, segundo informe desta semana do governo americano. No ano anterior, tinham sido 1,6 mil, um salto de 1.025%. Sozinhos os brasileiros representaram um terço dos latinos barrados nas fronteiras americanas.
A partir de agora, o governo Trump exigirá que os solicitantes brasileiros de asilo esperem no México pela duração de seus processos de imigração nos EUA, sujeitando a primeira população de língua não espanhola à polêmica política "Permaneça no México".
Mais de 57.000 solicitantes de asilo latino-americanos que tentaram entrar nos EUA foram enviados para o norte do México, onde costumam ficar presos em abrigos superlotados e acampamentos improvisados. Como menos de 5% conseguem pagar um advogado, a maioria sofre maus-tratos até a deportação. Neste mês, mais de 120 brasileiros fizeram o caminho forçado de volta para casa.
Somente no último quadrimestre de 2019, a patrulha de fronteira americana prendeu mais de 6.300 brasileiros, contingente só atrás de pessoas oriundas de México, El Salvador, Honduras e Guatemala.
Questionado por jornalistas sobre a proteção a brasileiros barrados nos EUA, o presidente Jair Bolsonaro foi seco: "Pergunta pro Trump". O presidente entende que são brasileiros que desrespeitam a lei americana e devem por isso sofrer as consequências da tentativa de imigração clandestina.
O aumento massivo da tentativa de brazucas de entrar ilegalmente nos EUA coincide com o primeiro ano de Bolsonaro, mas ainda está longe do recorde. Nos anos 90, o número de imigrantes brasileiros ilegais chegou a passar de 100 mil.
As estimativas são frágeis, mas se calcula que haja 1 milhão de brasileiros vivendo nos EUA. Apenas um terço se estabeleceu legalmente.
Ao abraçar Trump, Bolsonaro vira as costas para toda essa gente.
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