Exonerado no leilão de arroz, secretário era opção para assumir ministério
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Neri Geller, secretário de política agrícola exonerado nesta terça-feira (11) no escândalo do leilão do arroz, era uma das opções do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para o Ministério da Agricultura e nunca deixou de ser cotado para a vaga.
Na campanha eleitoral, Lula encontrou ferrenha resistência do agronegócio e apenas Geller, que é ex-deputado, e o atual ministro, o então senador Carlos Fávaro, se apresentaram como apoiadores do petista no setor.
Segundo apurou a coluna, por trás de ambos, estava a família Maggi, que figura entre os maiores produtores de soja do país e que sempre foram próximos de Lula. Geller tinha o apoio de Blairo Maggi, ex-governador de Mato Grosso, enquanto Favaro era o preferido do irmão, Eraí Maggi.
Geller só não foi ministro, porque tinha pendências com a Justiça Eleitoral. Em 2022, o então deputado e candidato a senador teve seu mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por irregularidades na prestação de contas de sua campanha em 2018. Ele ficou informalmente no governo todo o ano passado até conseguir regularizar sua situação e assumir a secretaria de Política Agrícola.
Fontes do setor agrícola contam que, se a insatisfação com Favaro aumentava, o nome de Geller voltava a ser cotado para o cargo de ministro. Foi o que aconteceu na semana passada, quando os exportadores começaram a criticar o ministro por sua suposta inação na polêmica "MP do fim do mundo". Para deputados da frente parlamentar do agronegócio, faltava a Favaro mais disposição para defender o setor dentro do governo.
O leilão de arroz promovido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) provocou estranheza no setor desde o começo. A catástrofe no Rio Grande do Sul efetivamente prejudicou a produção do Estado, mas não a ponto de causar desabastecimento no país. A preocupação do governo era mais com o impacto inflacionário, já que o produto faz parte da cesta básica.
O objetivo inicial do leilão era adquirir 1 milhão de toneladas de arroz no exterior, mas acabaram sendo arrematadas apenas 263,7 mil toneladas. O tamanho do leilão e sua rapidez provocaram suspeitas, conta um ex-funcionário do ministério da Agricultura.
Conforme revelado pelo Estadão, entre as vencedoras do leilão apenas uma era do ramo e havia sorveterias e locadoras de máquinas. A principal corretora do leilão, FOCO Corretora de Grãos, pertence a um ex-assessor de Geller.
Conforme revelou o portal especializado The AgriBiz, Robson Almeida de França trabalhou com o secretário enquanto deputado e é sócio de seu filho, Marcello Geller.
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