Lula insiste em reescrever a história na posse da presidente da Petrobras
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva insiste em tentar reescrever a história durante a posse da nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard. Ele convocou seus principais auxiliares para o evento e fez questão de ir pessoalmente para passar essa mensagem nesta quarta-feira (19).
"Com o falso argumento de combater a corrupção, a operação Lava Jato mirava, na verdade, o desmonte e a privatização da Petrobras. Se o objetivo fosse de fato combater a corrupção, que se punissem os corruptos, deixando intacto o patrimônio do nosso povo. O que queriam mesmo era, mais uma vez, entregar esse extraordinário patrimônio nas mãos das petrolíferas estrangeiras. ", disse Lula.
Essa fala faz referência a uma narrativa fantasiosa repetida à exaustão pelos petistas de que haveria um complô internacional de petroleiras estrangeiras com os procuradores da Lava Jato para privatizar a Petrobras. Isso nunca passou nem perto de ser comprovado.
O que Lula não diz é o que ficou na história em áudio, vídeo e farta documentação: a existência de um cartel de empreiteiras que, com a concordância de políticos e de diretores da estatal, superfaturavam os contratos para obras na Petrobras. Refinarias explodiram de preço. Recursos eram repassados para que partidos - no plural - financiassem seu projeto de poder.
As empreiteiras estão em plena renegociação com o governo para reduzir as multas que devem por reconhecer essa corrupção em seus acordos de leniência. Pedem desconto porque tem dificuldade no fluxo de caixa, mas não querem a anulação dos acordos, porque sabem dos crimes cometidos.
Ainda na posse da presidente da Petrobras, Lula continuou:
"Os estragos foram muitos em todo o ecossistema da produção de petróleo. Fatiaram a Petrobras, venderam refinarias e ativos importantes, a exemplo da BR Distribuidora. E mesmo assim não conseguiram destruí-la. Jamais conseguirão".
O que o presidente quer com esse discurso é tentar convencer a opinião de pública dos seus esforços e de seus auxiliares, principalmente os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa, para que a Petrobras volte a investir muito dinheiro em projetos de gás, fertilizantes, refinarias e outros.
Existem dúvidas sobre a viabilidade desses projetos e muitos lobbies poderosos por trás deles. Felizmente hoje a governança da Petrobras avançou muito e também a legislação brasileira. Vale lembrar que houve uma tentativa de alterar a lei das estatais no Supremo Tribunal Federal, que não prosperou.
Chambriard começou a indicar seus novos diretores para o comando da petroleira. A sociedade estará de olho.
Opinião
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.
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