Raquel Landim

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Juscelino ganha apoio de políticos e Lula prefere conversar pessoalmente

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil- MA), está se movimentando para angariar ainda mais apoio político a fim de permanecer no cargo. Desde ontem ele já se reuniu com figuras influentes no Executivo e no Legislativo.

Segundo apurou a coluna, Juscelino esteve hoje com o senador David Alcolumbre (União Brasil - AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e um de seus padrinhos para a indicação ao ministério. Também recebeu em seu gabinete o prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT-SP), que é muito próximo de Lula.

Ontem, Juscelino jantou com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e com deputado Elmar Nascimento (União Brasil - BA). Elmar é um dos nomes cotados para suceder Lira na presidência da Câmara. Juscelino é próximo de ambos. Também ontem, depois de explodir o escândalo, o ministro se encontrou com seu colega de Esplanada, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

Juscelino foi indiciado pela Polícia Federal por suspeitas de corrupção, associação criminosa, lavagem de dinheiro, entre outros, envolvendo um esquema de desvio de recursos públicos para obras de pavimentação da época em que era deputado. Seu partido alega que a investigação da PF é "parcial". Os investigadores negam e dizem que estão cumprindo seu papel constitucional.

Fontes próximas ao ministro dizem que boa parte dessas conversas já estavam agendadas, mas que o tema do indiciamento acabou surgindo. De Lira, Elmar e Alcolumbre, Juscelino teria tido apoio explícito - assim como já encontrou de Antônio Rueda, líder do União Brasil. De Padilha e de Edinho, ligados ao governo, as expressões foram de "solidariedade", conforme essas fontes.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que havia dito mais cedo que ligaria para Juscelino ainda hoje para tratar da crise, desistiu. Ele afirmou em Genebra que pretende conversar pessoalmente com o ministro quando voltar. Segundo apurou a coluna, a tendência de Lula já era tratar do assunto apenas no retorno ao país, que ocorre no fim de semana. A estratégia é deixar o tema esfriar.

Lula tem dificuldades para retirar o ministro da Esplanada, apesar do constrangimento, por causa da resistência do União Brasil, e da falta de apoio no Congresso. Mais cedo, o presidente disse que "Juscelino tem o direito de provar que é inocente".

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