Nunes é aconselhado a faltar a debate da Band, mas garante que vai
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) tem sido aconselhado por seus auxiliares mais próximos a faltar ao debate da TV Bandeirantes na próxima quinta-feira. Ele, no entanto, disse à coluna que está determinado a participar.
Segundo apurou a coluna, o clima de apreensão na campanha de reeleição de Nunes piorou depois que Pablo Marçal (PRTB) ameaçou revelar, sem apresentar provas, dois supostos "cheiradores de cocaína".
Auxiliares do prefeito dizem que ele nem sequer ingere álcool. Porém, soou o alerta para a "irresponsabilidade" do candidato do PRTB, que foi convidado pela TV Bandeirantes mesmo sem ter representantes no Congresso.
Datena "em casa" na Band
A campanha de Nunes também está preocupada com o fato de José Luiz Datena (PSDB) "jogar em casa", já que é apresentador do canal e tem até camarim na emissora.
As regras também chamaram a atenção. Auxiliares do prefeito temem que ele não seja questionado pelos adversários e passe todo o tempo apenas sendo atacado, não só por Marçal e Datena, mas também por Guilherme Boulos (PSOL) e Tabata Amaral (PSB).
Nunes, porém, segue irredutível e quer ir ao debate para mostrar o que já fez pela cidade. O prefeito está convencido de sua capacidade de defender a sua gestão e de que conhece a realidade e os números do município melhor do que seus adversários.
Nova estratégia com Bolsonaro
A campanha de Nunes também vai modular as aparições de Jair Bolsonaro para se equilibrar entre duas tendências: evitar a migração de votos bolsonaristas para Marçal e não atrair a alta rejeição do ex-presidente.
Na convenção de lançamento da candidatura à reeleição de Nunes neste fim de semana, a estratégia foi expor Bolsonaro, que participou e discursou. Michelle Bolsonaro também estava no evento.
Segundo a última pesquisa Quaest, 6% da população de São Paulo acredita que Pablo Marçal é o candidato de Bolsonaro, comparado com 25% que aponta para Ricardo Nunes.
Marçal tem utilizado bastante a imagem de seu encontro com Bolsonaro nas redes sociais. A equipe de Nunes quer desfazer essa impressão e acredita que a exposição do ex-presidente junto a Nunes vem ajudando, porque Marçal estagnou entre 10% e 12% de intenções de voto.
Bolsonaro, no entanto, tem alta rejeição. Além disso, vai ter agenda em outras cidades do país. O principal cabo político de Nunes na capital paulista continua sendo o governador Tarcísio de Freitas.
Reportagem
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