Raquel Landim

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Opinião

Marçal cresce, e Nunes depende da obediência de seguidores de Bolsonaro

Ricardo Nunes (MDB) está dependendo da fidelidade dos bolsonaristas ao ex-presidente Jair Bolsonaro para chegar ao segundo turno na corrida pela prefeitura de São Paulo.

Será que os mais fieis admiradores do capitão vão obedecer ao seu comando no "escurinho" da cabine eletrônica?

Pesquisa AtlasIntel mostrou um crescimento nas intenções de voto do candidato Pablo Marçal (PRTB) de 11% para 16%. Novas pesquisas devem ser divulgadas nesta semana, como o Datafolha — a ver se a tendência se confirma.

O "Radar das Eleições", videocast do UOL, já demonstrava ontem o receio das campanhas de que o "efeito debate" poderia favorecer Marçal. A estratégia de criar factoides teria tornado o candidato mais conhecido do público.

Nada indica, por enquanto, que Bolsonaro vá efetivamente abandonar a candidatura de Nunes — pelo menos em público. A família Bolsonaro não gosta de Marçal e não esquece as críticas que ele fez ao ex-presidente na campanha de 2022.

O ex-presidente utiliza a candidatura de Marçal para pressionar o prefeito a fazer o que ele quer. Foi assim na indicação do vice, o coronel Mello Araújo e vai continuar assim durante a gestão se Nunes for reeleito.

O governador Tarcísio de Freitas sofre e se desvia dessas mesmas pressões.

O ponto é que Ricardo Nunes não é mesmo tão bolsonarista quanto Tarcísio. Ele mesmo disse na sabatina do UOL que é "ricardista". E Bolsonaro também deixou claro ao pedir voto para o prefeito nas redes sociais que Nunes é do MDB, um candidato apoiado pelo PL. Não seria, portanto, tão próximo a ele assim.

Os eleitores de Bolsonaro estão se aproximando cada vez mais de Marçal. Muitos deles não se recordam das declarações antigas de Marçal, apesar dos esforços da campanha do prefeito de trazê-las à tona. E gostam dos ataques que o candidato faz aos adversários, ainda que sem qualquer prova.

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Segundo a Atlas, Nunes tinha 55,2% da preferência de quem votou em Bolsonaro em 2022 na última pesquisa divulgada em 8 de agosto. O número caiu para 38,6%. Já Marçal, que aparecia na sondagem anterior com 25,3% desses votos, teve um salto para 41,8%.

Nunes precisa muito de Bolsonaro para ir ao segundo turno. Uma vez vencida essa etapa, as sondagens apontam que ele vence o candidato Guilherme Boulos (PSOL) e se reelege.

Mas será que Bolsonaro vai conseguir controlar o seu rebanho?

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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