Raquel Landim

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Opinião

Eleitor fez o que regras duras não conseguiram no debate: enquadrou Marçal

O eleitor fez o que as regras mais duras, os mediadores e a Justiça Eleitoral não conseguiram: enquadrou Pablo Marçal num debate para a Prefeitura de São Paulo.

O recado do paulistano foi claro para o candidato do PRTB nas pesquisas de opinião divulgadas nesta semana.

Tanto a Quaest quanto o Datafolha mostraram a mesma coisa - uma queda que o distanciou de Ricardo Nunes (MDB) e de Guilherme Boulos (PSOL) nas intenções de voto e depois estagnação.

E pior do que isso. A rejeição de Marçal disparou. Em seis semanas, subiu 17 pontos, passando de 30% para 47%, superando a de todos os outros candidatos.

Depois de tomar um cadeirada do candidato José Luiz Datena (PSDB), Marçal entendeu o recado do eleitor e apresentou sua versão "paz e amor" no debate do SBT.

O candidato do PRTB disse que já tinha mostrado sua "pior" face e que agora comprovaria que pode governar São Paulo. Começou, inclusive, a chamar as pessoas para vídeos sobre propostas nas redes.

Ele chegou até a defender Nunes dizendo que "não era justo" ligar o prefeito a casos com o PCC, antigas acusações de agressão contra sua mulher, etc.

Em debates anteriores, Marçal usou esses episódios contra Nunes seguidas vezes de forma muito agressiva. No confronto Rede TV/UOL, os dois bateram boca aos gritos.

A campanha de Nunes nos bastidores chamava Marçal de "dissimulado".

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É uma mudança e tanto de rumo para Marçal faltando pouco mais de duas semanas para a eleição e mostra uma campanha perdida.

Marçal só tinha um plano A: vencer com base na agressão e nos cortes de Internet. Não funcionou. Deu audiência, mas aparentemente não vai se converter em votos.

Sem o candidato do PRTB para desestabilizar o jogo, os demais candidatos até que mantiveram o nível.

Marina Helena (Novo) chegou a acusar Boulos de vestir policiais de demônios e quis partir para o ataque para ganhar engajamento, mas ela é nanica na eleição.

O candidato do PSOL e Nunes discutiram sobre a obrigatoriedade da vacina - uma tema bolsonarista que já parecia superado no país e voltou. Mas nada que se comparasse as bizarrices que tínhamos visto até aqui.

Quem perdeu nesse debate foi Marçal e suas técnicas agressivas, que menosprezaram a inteligência do paulistano, principalmente aquele que vive na periferia e que utiliza os serviços da prefeitura.

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O vencedor do debate do SBT foi o eleitor. Palmas para ele.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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