Raquel Landim

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Marçal chama para 'guerra' em live; time de Nunes vê incitação à violência

A equipe jurídica de Ricardo Nunes (MDB) está reunindo material em que avalia que o adversário Pablo Marçal (PRTB) incita à violência, após um integrante de sua equipe dar um soco que atinge o rosto do marqueteiro do prefeito no final do debate do Flow, ontem à noite.

Em lives feita logo após o episódio, Marçal teria incitado à violência, convocado para uma "guerra" e uma "revolta do povo", entre outros recados com potencial para desestabilizar o processo eleitoral.

A conduta pode ser considerada contrária ao artigo 243 da lei eleitoral que diz que "não será tolerada propaganda de guerra, de processos violentos para subverter o regime, à ordem política e social ou de preconceitos de raça ou de classes".

Marçal já retirou partes dos vídeos do ar do seu Instagram, mas a coluna teve acesso à íntegra da live que foi salva pelos advogados.

Em um trecho, Marçal diz:

"Não dá para lidar com outro jeito com esses bandidos. Nós vamos entrar numa guerra".

Em outro parte:

"Nossos filhos estão na escola sendo erotizados. Isso é comum para você? Aqui é uma alma gritando para a outra. Para o que você está fazendo, mano! Isso aqui é uma fúria! Não faz sentido a gente deixar esses canalhas!".

"O Datena só quer um contrato. É abusador sexual, sim. Pode pedir quantos direitos de resposta quiser", continua, atacando o candidato do PSDB. "O Ricardo Nunes tem boletim de ocorrência contra a mulher dele, sim".

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E Marçal continua:

"Eu não vou afinar para esses caras. Eu desconheço outra pessoa que aguenta a pressão desses jornalistas. Eles estão investigando tudo. Se vocês voltarem às costas para mim, vocês podem desistir disso aqui! Vai ser o governo dos justos!".

O candidato do PRTB chega a dizer que o soco foi algo "reprovável" e que não concorda com qualquer tipo de violência, mas afirma que seu assessor agiu em legítima defesa após ser provocado pelo marqueteiro Duda Lima.

Em seguida, ele pede uma "revolta do povo".

"Fica aqui o meu registro de indignação. Se você não entrar nessa comigo, eu vou ser mais uma voz pelo caminho. Nós não queremos tutores do povo. Escreve aí, grava um vídeo: a revolta do povo. Se não tiver uma revolta.... Eu odeio gente injusta, eu ataco a injustiça de forma frontal", afirma.

E em outro trecho: "chegou a nossa hora de tomar o Brasil de volta, é o povo".

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Marçal pede doações e vídeos dos seus seguidores na Internet, mas os advogados acreditam que todo o tom da "live", após um episódio de violência, pode gerar ainda mais violência entre os apoiadores.

Advogados independentes consultados pela coluna afirmam que um episódio isolado de incitação à violência levaria à Justiça a pedir a retirada do conteúdo do ar, mas se a conduta for reiterada pode levar à cassação.

Não há possibilidade, contudo, de responsabilizar Marçal pela atitude individual de seu assessor de ter dado o soco.

A equipe jurídica de Nunes ainda não definiu se dará seguimento ao processo.

O discurso de Marçal tem muito apelo junto aos bolsonaristas, um público que o prefeito quer conquistar.

Hoje os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro estão divididos entre Marçal e Nunes, conforme apontam as pesquisas de intenção de voto.

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O programa tem transmissão ao vivo pelo Canal UOL e no Youtube, e também estará nas principais plataformas de podcast.

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