Raquel Landim

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Reportagem

Empresários desembarcam da campanha de Marçal e voltam a apoiar Nunes

Empresários que ficaram encantados com Pablo Marçal (PRTB) estão desembarcando à medida em que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) se recupera nas pesquisas de intenção de voto.

Em conversas reservadas, eles contam que a chegada de Marçal na campanha foi bem recebida por boa parte do meio empresarial que estava preocupada com a possibilidade de Guilherme Boulos (PSOL) vencer a disputa para a prefeitura de São Paulo.

Naquele momento, a percepção era que o governo federal jogaria seu peso para tentar eleger o candidato do PSOL e que o atual prefeito não seria capaz de fazer frente a esse esforço do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Marçal teria surgido então, na visão de parte expressiva do setor privado, como um fator mobilizador dos votos para a centro-direita, particularmente aquele eleitorado que não se identificava com Nunes. O candidato do PRTB já repetiu esse discurso muitas vezes: que só entrou na disputa por causa da possibilidade de Boulos vencer.

"Ninguém quer o Marçal, mas acha que ele foi muito útil na disputa", disse um empresário sob reserva.

Os empresários também afirmam que Marçal "fala verdades" e que a imprensa hoje está muito pró-governo, com uma "agenda de esquerda", que ficou distante dos problemas do setor privado, que não vêm sendo discutidos. "O que o pessoal mais gosta é que ele está peitando a imprensa", comentou outra fonte.

Com a recuperação de Nunes nas pesquisas, os empresários voltaram a ter esperanças na reeleição do prefeito e a se aproximar dele. Eles acreditam que o candidato do MDB tem o que falta em Marçal, que é a experiência de ter sido prefeito, vereador, e conhecer tanto a periferia quanto o funcionamento da política e da Câmara dos Vereadores.

A simpatia que Marçal obteve do setor privado, no entanto, não se traduziu pelo menos até agora em apoio público ou em doações expressivas de recursos. Esse cenário pode mudar se ele conseguir passar para o segundo turno contra Boulos.

Doações para Tabata

O empresariado, no entanto, não é todo uniforme. Parte dele tem uma agenda mais voltada para a centro-esquerda e apostou na candidata Tabata Amaral (PSB), inclusive com doações.

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Essa fatia do setor privado é aquela mais preocupada com a agenda ambiental e com o desenvolvimento social, sem abrir mão da abertura da economia e de privatizações. Eles enxergam a candidata do PSB como um investimento de longo prazo.

Nas conversas com a coluna, prevalece o pragmatismo e eles já sabem que Tabata não deve ir para o segundo turno. São radicalmente contra a Marçal e acham que Boulos é um risco menor.

Mas, se o segundo turno for entre Boulos e Nunes, tendem a apoiar o prefeito.

Reportagem

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