Raquel Landim

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Reportagem

Aliados de Lula reagem a 'golpe' de Gleisi em disputa por comando do PT

Aliados de Edinho Silva, candidato preferido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à presidência do PT, falam em reagir ao que definem como "golpe" do grupo da deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) na disputa interna pelo comando da sigla.

Eles dizem que, caso Edinho seja eleito presidente do partido, não vão aceitar que Gleide Andrade seja mantida como tesoureira graças à alteração no estatuto aprovada na segunda-feira (17).

"O Edinho não vai ser presidente para o grupo deles controlar o dinheiro. Se ele for eleito, vai usar sua força política para vetar. Se é para mudar o PT, é para mudar mesmo", diz uma fonte.

Ontem, o PT aprovou uma mudança no estatuto para permitir a reeleição de parlamentares e dirigentes partidários que já tenham exercido três mandatos consecutivos na mesma Casa Legislativa ou instância da sigla.

Nos bastidores, a mudança ganhou o nome de "emenda Gleide", porque avaliza que a tesoureira seja indicada para um terceiro mandato na Executiva e no mesmo cargo.

Está ocorrendo muita reclamação interna, porque a alteração deveria ter sido aprovada no Congresso do partido e a regra passou só pelo Diretório Nacional. Ainda assim, deveria ter alcançado 62 votos do diretório e obteve só 60.

"Foi um estupro da democracia interna do partido", disse uma fonte.

Procurada, a atual presidente do PT, Gleisi Hoffmann, não se manifestou.

Os dois grupos políticos estão numa disputa acirrada pela presidência do PT. As eleições estão marcadas para julho deste ano.

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Com apoio de Lula, Edinho Silva, prefeito de Araraguara, é o candidato de José Dirceu, Fernando Haddad e outros nomes fortes do PT.

O objetivo desse grupo é tentar alguma renovação no partido, voltada para temas mais modernos como os anseios das novas classes trabalhadoras e para a transição energética.

Já o grupo de Gleisi, que também é próxima do presidente, gostaria de ver o deputado José Guimarães (PT-CE) como presidente da legenda. Nos bastidores, tentaram também convencer Luiz Marinho (PT-SP).

Mas, sem o suporte de Lula, escassearam os candidatos que representem essa ala do partido. Daí a tentativa de manter pelo menos a tesoureira.

Para apaziguar o PT, o presidente quer trazer Gleisi para o Planalto, de preferência, na Secretaria-Geral da Presidência no lugar do ministro Márcio Macêdo. No entanto, essa sinalização não foi capaz ainda de colocar fim à guerra interna dentro do partido.

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