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Reinaldo Azevedo

Interrupção de vacina é do jogo; amedrontar a população não é

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Imagem: Reprodução

Colunista do UOL

10/11/2020 06h15

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Dada a decisão absurda da Anvisa, que preferiu fazer alarde em vez de comunicar a suspensão ao instituto, o Butantan emitiu uma nota em que afirma:

O Instituto Butantan esclarece que foi surpreendido, na noite desta segunda-feira, com a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e que está apurando em detalhes o que houve com o andamento dos estudos clínicos da Coronavac.
O Butantan informa ainda que está à disposição da agência reguladora brasileira para prestar todos os esclarecimentos necessários referentes a qualquer evento adverso que os estudos clínicos podem ter apresentado até o momento.
Amanhã, às 11h, haverá uma entrevista coletiva na sede do instituto.

Também o governo de São Paulo emitiu uma nota a respeito. Afirma:
O Governo de São Paulo, através do Instituto Butantan, lamenta ter sido informado pela imprensa e não diretamente pela Anvisa, como normalmente ocorre em procedimentos clínicos desta natureza, sobre a interrupção dos testes da vacina Coronavac. O Butantan aguarda informações mais detalhadas do corpo clínico da Agência Nacional de Vigilância Sanitária sobre os reais motivos que determinaram a paralisação. Amanhã, às 11h, já de posse dessas informações da Anvisa, haverá uma entrevista coletiva na sede do Instituto Butantan.

Reitere-se: interromper o desenvolvimento de uma vacina para verificar essa ou aquela ocorrências é parte da regra do jogo. Já aconteceu, por exemplo, com o imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford, em parceria com a AstraZeneca, consórcio de que o Brasil faz parte, diga-se, e com o da empresa Janssen-Cilag, da Johnson & Johnson.

O que é estranho às boas práticas é a entidade científica que desenvolve a vacina ficar sabendo pela imprensa que o trabalho está suspenso. Pior ainda é a adoção de uma linguagem terrorista que só serve para amedrontar a população e afastá-la da vacinação. É um desastre!