Rogério Gentile

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Chamado de 'contrabandista', Ricardo Salles perde ação para Ciro Gomes

O deputado federal Ricardo Salles, que foi ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro, perdeu em definitivo um processo aberto contra o ex-governador Ciro Gomes no qual exigia uma indenização de R$ 20 mil por danos morais.

No ano passado, Ciro, então candidato a presidente, disse em uma entrevista que Salles era "contrabandista de madeira" e que havia sido demitido do governo paulista, no qual fora secretário da gestão Geraldo Alckmin, por "corrupção".

Ciro disse ainda que Salles também havia oferecido R$ 1.000 para que pessoas o hostilizassem em um restaurante.

Cotado para disputar a prefeitura de São Paulo na eleição do ano que vem, Salles disse à Justiça que nunca foi investigado ou processado por qualquer conduta relacionada a crime de corrupção e que também jamais se envolveu com contrabando.

Disse ainda que não era verdadeira a história do pagamento para que Ciro fosse hostilizado. Ele chamou as acusações de levianas.
"Ciro ultrapassou qualquer limite de liberdade de expressão", afirmou o advogado Victor Silveira, que o representa, à Justiça.

O ex-governador do Ceará se defendeu no processo afirmando que não criou nenhuma das acusações, "tendo apenas reproduzido fatos que foram divulgados ostensivamente pelos veículos de comunicação".

"Ricardo Salles foi, recorrentemente, ligado a investigações e acusações de atividades ilícitas, o que revela que os termos utilizados não destoam do imaginário coletivo", declarou Ciro no processo.

O ex-ministro de Bolsonaro perdeu em primeira e em segunda instância.

"As afirmações foram proferidas em época eleitoral, não tendo havido abuso", afirmou o desembargador Erikson Marques, relator do processo.

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"A convivência em sociedade requer certa tolerância e desprendimento diante de determinadas situações que, por vezes, não são confortáveis de serem vivenciadas, notadamentepor se tratar o apelante [Salles] de pessoa pública."

O deputado apresentou ainda um recurso especial, que foi recusado no final de outubro.

A decisão transitou em julgado no dia 24 de novembro.

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