Filho de Lélio culpa irmã por degradação da mansão em que Hebe morou
Os herdeiros do empresário Lélio Ravagnani, que foi marido de Hebe Camargo (1929-2012), travam uma disputa na Justiça em torno da degradação da mansão em que a apresentadora morou por 21 anos no Morumbi, em São Paulo.
Hebe foi morar na casa do empresário em 1979, quando eles se casaram, deixando o local após a morte dele, aos 78 anos, em julho de 2000.
O imóvel, que tem 962 metros quadrados de área construída e fica na rua Dom Tomás de Costa Lima (número 141), pertence aos irmãos e está hoje em ruínas, conforme mostrou o UOL ontem.
O engenheiro Lélio Ravagnani Filho responsabiliza a irmã, a empresária Leila Ravagnani Barros, que viveu na casa por cerca de 15 anos, pelo estado de deterioração da casa. Ela foi morar no local em março de 2001.
Em uma ação na qual pede uma indenização por danos materiais, Lélio Filho afirma que a mansão foi destruída e inutilizada por "culpa exclusiva" da irmã.
"A ré [Leila] tinha a obrigação legal de manutenção, conservação e guarda do imóvel, tendo em vista seu uso exclusivo", afirmou na ação.
O engenheiro disse no processo que a irmã "intencionalmente destruiu" a residência em razão de uma outra ação judicial na qual ele cobrava de Leila o pagamento de aluguéis, inclusive retroativos, referente à parte que lhe cabe no imóvel.
Segundo ele, naquela época, seria realizada um procedimento de avaliação para definir o valor da locação.
"Quanto menor o seu valor de locação, menor seria a sua condenação naqueles autos", afirmou.
Briga entre irmãos
Leila se defendeu no processo afirmando que o irmão age de forma "oportunista", objetivando "um enriquecimento indevido".
Ela disse à Justiça não ter responsabilidade alguma sobre a degradação da casa. Declarou que, no dia 12 de janeiro de 2015, o imóvel foi danificado por uma "tempestade de grandes proporções que devastou a região do Morumbi".
"Os fortes ventos destelharam a casa, e a chuva torrencial inundou todo o imóvel", afirmou.
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Quero receberA empresária ressaltou que, como coproprietário, Lélio Filho tinha o dever de, junto com ela, investir e cuidar da manutenção da casa. "Ele jamais despendeu quaisquer valores para a manutenção e conservação do imóvel", disse à Justiça.
Leila ganhou a ação em primeira instância, em decisão tomada pelo juiz Carlos Pratavieira em maio de 2019. "O autor do processo [Lélio Filho] também estava obrigado a concorrer para as despesas de conservação do imóvel, mas quedou-se inerte ao longo de todo o período que a ré lá residiu", afirmou na sentença.
O engenheiro recorreu da decisão.
Mansão deteriorada
Um laudo realizado a pedido da Justiça pelo perito Jerônimo Fagundes Neto disse que outros fatores, além da chuva, "contribuíram para a deterioração acelerada" da casa, que hoje "não tem condições de uso e habitabilidade".
Segundo ele, houve "negligência/ausência de manutenção", "mau uso da edificação, com sinais de ações de vandalismo de autoria não identificada".
O recurso não tem data ainda para ser julgado.
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