Rogério Gentile

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Reportagem

Joice é condenada por chamar Jovem Pan de 'puxa-saco' de Bolsonaro

A Justiça paulista condenou em segunda instância a ex-deputada federal Joice Hasselmann (Podemos) a pagar uma indenização de R$ 10 mil à Jovem Pan. Ela ainda pode recorrer.

Em entrevista em fevereiro de 2022, Joice disse que a emissora tinha virado um "lixo" e que ficava "lambendo os pés" de Jair Bolsonaro (PL). A então deputada afirmou que a Pan "puxava o saco" do então presidente porque os seus proprietários queriam lançar um canal de TV e "ganharam".

"Aí virou 100% Bolsonaro", declarou.

À época, ao processar Joice, a emissora, que pedia indenização de R$ 100 mil, disse à Justiça ter apreço pela pluralidade de ideias e opiniões e que as declarações da deputada eram "ofensivas e mentirosas".

Afirmou também que os comentários foram feitos em razão da campanha eleitoral e que objetivo dela era "criar escândalos para se promover em sua vida pública".

Joice, que foi líder do governo no Congresso, rompeu com Bolsonaro em 2019 e acabou não conseguindo se reeleger na eleição de outubro de 2022.

A Pan perdeu em primeira instância, mas recorreu e conseguiu reverter a decisão.

O desembargador Vitor Kümpel, relator do processo no Tribunal de Justiça, afirmou que Joice atentou contra a credibilidade da Jovem Pan "sem ter conseguido comprovar suas alegações".

"Não comprovou que a Jovem Pan angariou o direito de se tornar uma emissora de televisão através de benefício do antigo governo federal com lobby ou 'puxando o saco', quiçá mediante acordo ilegal", declarou na decisão.

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O que disseram

A ex-deputada declarou no processo não ter dito nada que não tivesse respaldo nos fatos.

"A associação da imagem da Jovem Pan à imagem do governo Bolsonaro é constante e inevitável", disse. "Segundo notícias veiculadas, a rádio recebeu verbas provenientes de apoiadores do ex-presidente Bolsonaro, além de receber a maior quota-parte das emissoras para veicular campanhas do governo federal."

O advogado Alexandre Fidalgo, do escritório Fidalgo e Advogados, que representa a Jovem Pan, diz que a decisão do TJ foi acertada, "pois a liberdade de expressão não autoriza abusos, ofensas e mentiras".

" A decisão é, além de tudo, educativa. Merece aplausos", afirmou em nota enviada à coluna.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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