Rogério Gentile

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Ex-motorista de Alexandre Frota é condenado por chantagear o ator

Marcelo Ricardo Silva, que trabalhou como motorista do ator e ex-deputado federal Alexandre Frota, foi condenado por crime de extorsão a uma pena de 5 anos e 10 meses de prisão em regime semiaberto. Cabe recurso.

Em 2019, de acordo com a denúncia feita pelo Ministério Público, após ser demitido por Frota, Marcelo passou a chantageá-lo. Ele dizia que, caso o então deputado não lhe pagasse R$ 38 mil, contaria à imprensa e ao Ministério Público que ele atuava como "laranja" de Frota.

Como o pagamento não foi feito, sempre segundo a acusação, Marcelo levou o caso à Promotoria e concedeu entrevistas dizendo que havia assumido a titularidade de empresas de Frota "em troca de promessas de compensações."

Ele afirmou que, por orientação do deputado, recebia pagamentos de terceiros e os repassava para a mulher de Frota. Declarou também que, durante a campanha, seus salários eram pagos por empresários, mas que os valores nunca foram declarados à Justiça eleitoral.

Frota disse à Justiça que as acusações de Marcelo são inverídicas. Declarou que considerava o motorista como uma pessoa de confiança e que, na tentativa de ajudá-lo, ofereceu a ele a possibilidade de figurar como sócio de suas empresas, atuando como agenciador de artistas.

"Ele havia me dito que gostaria de atuar como agente."

Também o nomeou para um cargo comissionado na Câmara dos Deputados.

Meses depois, como as coisas não deram certo, ele foi exonerado do gabinete, e passou a enviar mensagens a assessores de Frota fazendo as ameaças.

"Ele não foi justo comigo, sendo que eu sempre o ajudei. Não foi correto da parte dele", afirmou Frota no processo.

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Na defesa apresentada à Justiça, Marcelo afirmou que o ator criou "um script" e que a acusação de extorsão é "uma manipulação de fatos para induzir a Justiça a erro" sem nenhum tipo de prova.

Disse que as mensagens de texto que basearam a acusação de chantagem foram apresentadas à Justiça com a ordem alterada, de modo que o "contexto foi distorcido".

"Frota esconde seus erros e trapaças para nortear vantagens próprias", afirmou à Justiça.

Na sentença que condenou o ex-motoristas, a juíza Andressa Martins Bejarano afirmou não haver dúvidas do crime de extorsão, independentemente da veracidade ou não dos fatos relatados sobre a conduta de Frota.

De acordo com a magistrada, tais acusações devem ser analisadas em uma eventual ação específica, citando que o caso foi levado pelo próprio ex-motorista ao Ministério Público.

Marcelo Ricardo Silva ainda pode recorrer.

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