Condomínio dos Nardoni vai à Justiça para ser excluído de filme da Netflix
O condomínio Edifício Residencial London, onde foi assassinada a menina Isabella Nardoni, de 5 anos, entrou com uma ação na Justiça pedindo a exclusão de todas as imagens e referências ao prédio em um documentário exibido pela Netflix sobre o caso.
Isabella foi morta em 2008, jogada da janela do apartamento do sexto andar do edifício London, na zona norte de São Paulo, onde seu pai, Alexandre Nardoni, morava com a esposa Anna Carolina Jatobá e dois filhos do casal. O pai e a madrasta foram condenados pelo crime em 2010.
No ano passado, a Netflix lançou um documentário sobre o crime chamado "Isabella: o caso Nardoni", produzido pela Kromaki e dirigido por Cláudio Manoel (ex-Casseta & Planeta) e Micael Langer. O jornalista Rogério Pagnan, repórter especial da Folha de S.Paulo e autor do livro "O pior dos crimes: a história do assassinato de Isabella Nardoni", atuou como consultor.
O que diz a ação
Na ação contra a Netflix, o condomínio afirma que a exibição do documentário gera "inúmeros transtornos" aos moradores. Diz que o prédio, à época, ficou vinculado ao crime e que, com o passar dos anos, deixou de ser citado.
O filme, no entanto, "ressuscitaria problemas já resolvidos". Defendeu o princípio do "direito ao esquecimento", também conhecido como o "direito de ser deixado em paz", ou seja, de impedir, em razão da passagem do tempo, a divulgação de um fato ou dados em meios de comunicação.
A Justiça paulista rejeitou o pedido. Em decisão publicada no dia 14 de maio, decidiu que, "na ponderação entre o interesse privado dos moradores do prédio e o interesse público, prevalece a liberdade de expressão".
Afirmou tratar-se de um crime de grande notoriedade e que "não se vislumbra prejuízo que justifique uma medida excepcional de limitar ou de censurar alusão ao condomínio". A restrição, chamada de medida drástica na sentença, só poderia ser implementada em casos extremos.
O condomínio ainda pode recorrer.
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