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Rompimento com Bolsonaro abre portas do DEM para Joice na Prefeitura de SP

Deputada atuou como elo entre Rodrigo Maia e o governo até em momentos de crise com Sergio Moro - Arquivo pessoal
Deputada atuou como elo entre Rodrigo Maia e o governo até em momentos de crise com Sergio Moro Imagem: Arquivo pessoal

Colunista do UOL

17/10/2019 15h36

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Com sua destituição do cargo de líder do governo no Congresso, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) se tornou uma opção da cúpula nacional do DEM para concorrer a prefeita de São Paulo.

Joice entrou em rota de colisão com o presidente Jair Bolsonaro depois que o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) declarou a colegas que não pretendia dar-lhe a legenda na disputa pela Prefeitura.

"Sou leal e nunca traio ninguém. Mas viro bicho quando sou traída", declarou ontem a deputada no Salão Verde da Cãmara ao saber do veto do deputado. Desde junho, Eduardo Bolsonaro assumiu como presidente da sigla no Estado.

Depois de manifestar publicamente sua indignação, a deputada passou a trabalhar abertamente na bancada contra a candidatura de Eduardo Bolsonaro a líder. Com isso, atraiu a ira do presidente da República.

As alas bolsonarista e oposicionista do PSL estão negociando com o DEM para quando a disputa entre os dois grupos chegar a uma conclusão.

O DEM, por sua vez, capitaneado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), e pelo presidente da sigla, ACM Neto, que é prefeito de Salvador, finge ter interesse por ambos os lados.

Mas, na verdade, o comando do DEM só pretende fechar negócio com a ala que faz oposição a Bolsonaro. Para os demistas, o atual presidente da Republica e seus filhos só fariam atrapalhar o partido caso se filiassem.

Se os oposicionistas vencerem a disputa —e o grupo de Bolsonaro deixar a legenda—, o DEM aceita até a possibilidade de uma fusão com o PSL.

Mas esse grupo também poderá simplesmente se filiar em conjunto ao partido de Maia e ACM Neto se for derrotado na disputa interna contra os aliados do presidente da República.

Desde que assumiu o mandato, Joice buscou se aproximar de Rodrigo Maia.

Na Liderança do governo, ela passou a funcionar como uma ponte entre o presidente da Câmara e o Planalto, principalmente nos momentos de crise de Maia com o governo.