Ex-líder Joice Hasselmann, na verdade, ameaça Jair Bolsonaro de impeachment
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A ex-líder do governo no Congresso Joice Hasselmann (PSL-SP) se transformou numa verdadeira bomba relógio contra o mandato do presidente Jair Bolsonaro.
Trata-se de uma das mais perigosas acusações contra o presidente da República a sua afirmação —feita a Marco Britto, do UOL, e postada hoje pela manhã— segundo a qual os filhos de Bolsonaro lideram uma rede de funcionários que criam perfis falsos nas redes sociais.
Depois, à Globo News, Joice não só confirmou a publicação do UOL como disse que parte desse esquema funcionou até mesmo dentro do gabinete do presidente da República, no Palácio do Planalto.
A atuação do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) se daria, de acordo com Joice, por meio de ao menos 20 perfis no Instagram que alimentam uma rede propulsora de informações. Essa rede chegaria a 1.500 páginas e perfis. É a chamada "milícia digital", nas palavras da parlamentar.
As acusações fazem lembrar a briga do ex-presidente Fernando Collor de Mello com seu então líder do governo na Câmara, o hoje senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Depois que Pedro Collor apontou seu irmão Fernando e o tesoureiro da campanha, PC Farias, como chefes de uma rede de corrupção, o líder Renan veio a público confirmar as acusaçõeas.
As declarações do irmão do presidente ensejaram uma CPI que foi fortalecida pelo depoimento de Calheiros.
O resultado todos sabem: apareceu o que seria a confirmação da doação de um Fiat Elba e o presidente da República perdeu o mandato.
Ao UOL, Joice disse que fará denúncia ao Ministério Público e apresentará queixa na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados. "Não vou ficar apanhando e ficar quieta", afirmou.
Muito provavelmente, ela acabará sendo chamada à CPMI das Fake News. Coincidentemente, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito inicia nesta semana suas audiências públicas visando embasar as investigações.
A CPMI foi aberta para investigar noticias falsas e assédio virtual nas redes sociais, principalmente os casos com motivação política relatados a partir de reportagem da Folha de 18 de outubro do ano passado.
Depois muitas outras reportagens vieram a reforçar as suspeitas.
O UOL publicou no último dia 19 de setembro que ainda estavam ativas 80% das contas da rede de robôs que distribuíram notícias falsas pró-Bolsonaro pelo aplicativo WhatsApp durante a campanha eleitoral de 2018.
Se Joice sustentar suas acusações e estas forem confirmadas, não só os filhos, como o próprio presidente da República estarão com seus mandatos ameaçados.
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