Maia deixa Bolsonaro em apuros: ou demite, ou admite nazismo no governo
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Não tem coisa que o presidente Jair Bolsonaro odeie mais do que se sentir obrigado a tomar uma atitude forçado pela imprensa ou por aqueles a quem considera seus adversários.
Daí a sua enorme irritação com a reportagem da Folha de S.Paulo que revelou que o chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Fábio Wajngarten, recebe, por meio de uma empresa da qual é sócio, dinheiro de emissoras de TV e de agências de publicidade contratadas pela própria secretaria, ministérios e estatais.
Bolsonaro centrou seu discurso na ideia de que não teria se encontrado até agora nenhuma irregularidade no governo. Wajngarten abriu um flanco nessa estratégia. Mas Bolsonaro disse a assessores que não afastará o secretário "forçado pela imprensa".
Agora aparece o caso do secretário nacional de Cultura, Roberto Alvim, que copiou um discurso de Joseph Goebbels, ministro da propaganda e guru do ditador da Alemanha nazista, Adolf Hitler.
Hitler e Goebbels lideraram o holocausto contra o povo judeu. E o curioso desse caso é que uma fala nazista pode servir de cortina de fumaça para encobrir o escândalo envolvendo Wajngarten, que tem origem judaica.
A entrada do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na história deixou o presidente profundamente irritado. Bolsonaro considera Maia um adversário, não só na política do seu estado de origem, o Rio de Janeiro, como no quadro nacional.
O presidente da Câmara postou hoje no Twitter uma crítica dura ao discurso de Roberto Alvim, cobrando sua demissão imediata. Carimbou que a permanência de Alvim no cargo significará que a política cultural do governo Bolsonaro é pautada pela ideologia nazista.
Com isso, deixou Bolsonaro em apuros. Ou obedece à cobrança daquele a quem considera um adversário, ou seu governo ficará com a marca de uma política cultural nazista.
Ou então tenta encobrir tudo com uma enorme cortina de fumaça, misturando judeus e nazismo num mesmo balaio, o que é praticamente impossível.
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