Onyx disse que não haveria mudanças de ministros, mas elas começaram
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Lembra? Em meio à crise em sua pasta por conta da demissão de dois de seus assessores diretos pelo presidente Jair Bolsonaro, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, antecipou o fim das suas férias.
Foi saber com o presidente, no último final de semana, se permaneceria no cargo. Na segunda-feira (3) anunciou que estavam descartadas mudanças na Esplanada dos Ministérios:
"Não, na nossa conversa de sábado (1º) eu abordei esse assunto e ele [Bolsonaro] foi muito firme em me dizer que não. 'Não quero mudar ninguém, estou satisfeito com o desempenho de todos [os ministros]'."
Pois é. Mas, na verdade, não estavam descartadas mudanças.
Nesta quinta-feira, Bolsonaro dispensou o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, e nomeou para seu lugar o ex-deputado Rogério Marinho.
Mais, em entrevista ao jornal "O Estado de S.Paulo" publicada nesta quinta-feira, o presidente voltou a admitir o afastamento do próprio Onyx Lorenzoni.
Questionado se o ministro tem usado a pasta para viabilizar sua candidatura a governador do Rio Grande do Sul em 2022, Bolsonaro respondeu:
"Parabéns pela pergunta. É um ponto a ser estudado, tá ok? Qualquer ministro que porventura queira aí usar o ministério, em vez de atender ao Brasil, atender ao seu Estado ou ao seu município está fadado a levar um cartão vermelho".
Além de Onyx há outros ministros colocados na berlinda e que, como o chefe da Casa Civil, têm se agarrado às palavras do presidente para acreditar que permanecerão em seus cargos: Abraham Weintraub (Educação), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Ricardo Salles (Meio Ambiente), Marcelo Álvaro Antonio (Turismo) e até mesmo o porta-voz do Planalto, general Otávio Santana do Rego Barros.
Todos já leram e releram juras públicas de amor do presidente repletas de elogios a seus desempenhos. Mas todos também já enfrentaram declarações tortuosas do chefe, semelhantes ao caso de Onyx.
Até mesmo aqueles que antes eram tachados de superministros, como Paulo Guedes (Economia) e Sérgio Moro (Justiça), já experimentaram a frigideira do Planalto e não têm certeza se ficarão no cargo até o final do mandato do chefe.
Na Esplanada dos Ministérios já corre solta a tese de que a maior diversão de Jair Bolsonaro é deixar seus auxiliares em estado de tensão permanente.
A demissão de Canuto só fez alimentar a expectativa de que, cedo ou tarde, outras cabeças devem rolar.
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