Mandetta sai mas a crise continua; tem um tsunami logo ali
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Olha, a vida de jornalista não é fácil. Tive que gravar o comentário acima, por volta das 9h30 desta quinta-feira, sem nem saber se, quando ele fosse ao ar, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, já não teria sido demitido.
O fato é que no seu último encontro com o presidente da República e os ministros-generais do Planalto ficou acertado que até sexta-feira tudo estará resolvido.
Nesta quinta-fera. Bolsonaro recebeu um novo mais cotado para o cargo, o oncologista Nelson Teich.
Enfim, até sexta-feira, no máximo, muito provavelmente o substituto de Mandetta estará anunciado e a passagem de bastão poderá ser acertada com toda a equipe.
Bem, esta é a combinação. Mas, com Bolsonaro, é claro que tudo pode mudar.
O que não muda é o estado de crise.
Sai o ministro, mas a crise da pandemia do coronavírus continuará.
Depois, a crise da Saúde passará (porque ela há de passar em algum momento).
Deixará no seu rastro uma crise econômica que se anuncia sem precedentes. A estagnação, o desemprego...
E aí teremos outra crise pela frente: o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Será que ele fica no cargo? Como vai se comportar seu chefe, o presidente Bolsonaro?
Sim, porque o capitão do Planalto só tem olhos para a reeleição. E, num quadro de estagnação econômica, ele não ficará muito satisfeito com seu Posto Ipiranga que tanto lhe prometeu na campanha eleitoral de 2018.
Mas o caso é que este estado de crise está levando as pessoas em volta do presidente à conclusão de que a crise, como diria Mandetta, tem nome e sobrenome: Jair Bolsonaro.
Ao enfrentar o presidente e suas teorias anticientíficas, Mandetta dessacralizou o chefe perante os demais subordinados.
Paulo Guedes e o ministro da Justiça, Sérgio Moro, deixaram claro que estão com uma pulga atrás da orelha.
E os militares? Parece que já resolveram fazer aquilo que se diz que confidenciaram a Dias Toffoli, quando este assumiu a presidência do Supremo Tribunal Federal.
Na época, Toffoli pediu ao então comandante do Exército, general Villas Boas, que indicasse um militar para assessorá-lo nos assuntos do setor.
Villas Boas indicou Fernando Azevedo e Silva, que vem a ser simplesmente o atual ministro da Defesa.
No périplo entre os militares, amigos de Toffoli dizem que ele perguntou sobre os riscos para o país se o voluntarioso Bolsonaro vencesse as eleições.
E os chefões da caserna responderam: "Aí a gente tutela ele. E mantém a normalidade até a próxima eleição."
Será que conseguem?
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