Em tempos de rachadinha também aparecem rachas na oposição e na Lava Jato
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Nuvem de gafanhotos na América do Sul, nuvem de poeira do Saara cruzando o Oceano Atlântico, epidemia mundial de coronavírus... Tem gente já falando no fim do mundo. Não cheguemos a tanto. Mas que vivemos tempos estranhos, lá isso é verdade.
Nesta quinta-feira, o juiz Marcelo Bretas, do Rio de Janeiro, determinou a prisão de um ex-deputado do MDB e um ex-ministro do governo Lula indicado pelo ex-presidente José Sarney. Bretas agiu no âmbito da Operação Lava Jato, originária de Curitiba sob o comando do então juiz Sergio Moro, mas que andava meio parada desde que este assumiu como ministro da Justiça.
Mas Moro deixou o governo brigado com o presidente Jair Bolsonaro, enquanto o juiz Marcelo Bretas continua amigo do mandatário do Planalto. Com isso, a Lava Jato rachou. De um lado, a República de Curitiba, ainda aliada a Sergio Moro, e, de outro, a ala do Rio de Janeiro, comandada por Bretas.
E eis que, em meio à tomada do noticiário pela prisão de Fabrício Queiroz e as denúncias de prática de rachadinha envolvendo o filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro, Marcelo Bretas destampa uma Operação da Lava Jato contra políticos da oposição.
Vale lembrar que, na terça-feira, a Folha de S.Paulo revelou que José Sarney, iria participar do evento de lançamento do movimento Direitos-Já, em defesa das instituições democráticas e contra as manifestações pelo fechamento do Supremo Tribunal Federal e do Congresso.
Bem, isso foi na terça, porque logo a seguir o movimento sofreu um racha. Conforme revelou Mônica Bérgamo, Sarney desistiu de participar. Devido ao caráter oposicionista do movimento também saíram o ex-presidente Michel Temer e o presidente do STF, Dias Toffoli, que já tinham confirmado participação. Racharam.
O próprio Moro acabou sendo motivo de outro racha no Direitos-Já, quando o ex-líder do Podemos na Câmara José Nelto propôs a participação do ex-juiz e ex-ministro no evento. Guilherme Boulos, do Psol, foi logo avisando: "se ele entrar por uma porta, eu saio pela outra".
É isso. Racha no Direitos Já, racha na Lava Jato e racha nas oposições em tempos de transbordamento do noticiário sobre a rachadinha no Rio de Janeiro. O que também provocou um novo racha nas hostes do presidente Jair Bolsonaro. Desta vez, envolvendo a destituição de Fredrico Wassef como advogado da família, desde que a polícia encontrou Fabrício Queiroz homiziado em sua casa.
Aliás, o bolsonarismo já havia rachado, primeiro pela briga de Bolsonaro e dos filhos com o partido pelo qual foram eleitos, o PSL. Depois pela saída de Sergio Moro.
Enfim, é racha para todo lado. Se juntar isso com pandemia, nuvem de gafanhotos e a super poeira do Saara a caminho da América, dá para entender porque tem gente aí acreditando no fim do mundo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.