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Tales Faria

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Copa América deve chegar ao Brasil como marco de 500 mil mortes da covid-19

Chefe da Sucursal de Brasília do UOL

31/05/2021 12h20

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Com média móvel de cerca de 2 mil mortes por dia por covid e já tendo ultrapassado as 462 mil mortes desde o início da pandemia, é provável que o país atinja a fatídica marca de 500 mil mortes daqui a uns 20 dias.

Mas não é que a Conmebol anunciou, na manhã de hoje, que a Copa América deste ano será realizada no Brasil! Apesar de ocuparmos o 2° lugar no mundo com mais óbitos em decorrência da doença, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), segundo apurou o UOL Esporte, pediu nesta manhã ao governo federal autorização para a realização do torneio por aqui.

O Palácio rapidamente respondeu que sim. E a Conmebol agradeceu publicamente ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quando fez o anúncio da decisão.

No ritmo atual das mortes pela covid-19, é praticamente certo que bateremos a triste marca das 500 mil no meio do inútil torneio de futebol, que começa no próximo dia 13 de junho. Será o marco do torneio e um marco da administração Bolsonaro.

Incrível é que o comunicado da Conmebol surgiu horas depois de a entidade suspender a Argentina como sede do evento, exatamente por conta da pandemia. Mas quem disse que estamos em melhor situação que a Argentina?

Estamos com a vacinação atrasada e, segundo especialistas, entrando na terceira onda da pandemia. Junho e julho tendem a ser os piores meses.

Não se sabe ainda em que cidade serão as partidas. Parece que a Brasília onde moro já está definida como uma das sedes.

Só falta decidirem que os jogos serão com portões abertos. Aí estarão cumprindo todos os desejos de alastramento da doença que a CPI da Covid-19 suspeita partirem do presidente da República, numa trágica estratégia de gerar imunidade de rebanho.

Mayra Pinheiro, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, conhecida pelo apelido de Capitão Clroquina, chegou a admitir na CPI a hipótese de se tentar no Brasil atingir uma imunidade rebanho para crianças. Como se fosse uma questão menor tal estratégia com crianças.

Realmente é difícil de explicar a cabeça dessa gente.