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Tales Faria

REPORTAGEM

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Com Huck fora do jogo, partidos de centro discutem chapa sem cabeça

Eduardo Leite, João Doria, Ciro Gomes, Mandetta, João Amoedo e Luciano Huck que já foram cogitados à Presidência da República pelos partidos de centro - Reprodução/CNN
Eduardo Leite, João Doria, Ciro Gomes, Mandetta, João Amoedo e Luciano Huck que já foram cogitados à Presidência da República pelos partidos de centro Imagem: Reprodução/CNN

Chefe da Sucursal de Brasília do UOL

16/06/2021 10h27

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A candidatura presidencial em 2022 do apresentador de TV Luciano Huck ainda era uma esperança de alguns dos dirigentes dos partidos de centro não alinhados com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Um almoço marcado para esta quarta-feira, 16, entre os presidentes de nove desses partidos - que foi organizado pelo ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) - é a primeira conversa do grupo depois que Huck anunciou, nesta madrugada, sua desistência de concorrer.

Ele revelou, em entrevista a Pedro Bial, que assumirá, em 2022, o lugar do Fausto Silva no programa dominical da TV Globo.

É uma coincidência a reunião dos presidentes de partidos de centro ocorrer no dia do anúncio. Mandetta já havia convidado os presidentes de MDB, PSDB, DEM, Cidadania, Novo, Podemos, PV, Solidariedade e PSL, além de outros dirigentes partidários.

Mas a desistência de Huck se encaixa na estratégia proposta pelo ex-ministro ao grupo: sentar sem discutir nomes por enquanto. Ele próprio é um dos cogitados por seu partido para concorrer à Presidência da República, mas disse ao UOL que a reunião é justamente para não tratar de nomes:

"Precisamos primeiro discutir a união do grupo, procedimentos para chegar juntos em 2022 e combater a polarização que se anuncia, entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula (PT). Para isso, não podemos colocar um nome agora, mas uma estratégia comum. Depois chegamos ao nome."

A estratégia também se encaixa em outro momento importante para o grupo: o PSDB decidiu realizar prévias somente no final de novembro e estabeleceu uma mecânica de decisão contrária à proposta pelo governador de São Paulo, João Doria, que dava mais peso aos votos de seus aliados no partido.

O possível domínio de Doria sobre o PSDB, para impor sua própria candidatura, era visto como um impedimento à união desses partidos de centro não alinhados a Bolsonaro.

Agora aumentam as chances de os tucanos indicarem um nome mais disposto e negociar aliança em pé de igualdade com outros partidos.

Com isso, o mais provável é que o grupo anuncie, ao final do encontro de hoje, que começará a buscar o melhor perfil de candidatura e traçar um calendário de discussões e encontros entre os nove partidos.

A ideia é chegarem, em abril do próximo ano, à chapa com os nomes de presidente e vice mais consolidados no grupo. E aí partir para a disputa contra Lula e Bolsonaro.

Se der!