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Tales Faria

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Irritado, Bolsonaro resiste a ser guiado pela equipe de campanha

Colunista do UOL

19/08/2022 11h07

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A equipe de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), assim como seus assessores, tem cobrado que ele tente se controlar e evite novas polêmicas até a data das eleições. Bolsonaro, no entanto, está irritado com as críticas e avisou que não aceitará ser controlado.

Os conselheiros de Bolsonaro concluíram, com base nas pesquisas eleitorais, que ele precisa conquistar votos de um eleitorado moderado, cujo apoio obteve em 2018, mas que se afastou ao longo do governo devido ao radicalismo e às polêmicas geradas pelo presidente.

Para evitar uma derrota no primeiro turno, Bolsonaro precisa desse grupo. Trata-se de um eleitor que se espalhou, nas pesquisas de preferência de voto, pelo próprio Lula, por Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), além dos indecisos.

Nesta quinta-feira, 18, Bolsonaro fez questão de demonstrar sua irritação não só com as pesquisas - o Datafolha mostrou que Lula mantém a mesma taxa de 47% de intenção de voto dos eleitores dos levantamentos anteriores, com possibilidade de vitória no primeiro turno.

Na live que costuma transmitir toda semana, ele repreendeu os assessores - "eu perguntei alguma coisa a vocês?" - depois de ser corrigido por tropeçar na designação de suplementos proteicos cujos impostos diminuiu.

Antes, em São Paulo reclamou de um aliado que tentou contê-lo quando discutia com jornalistas sobre o fato de empresários que o apoiam estarem defendendo golpe de estado. "Ninguém põe a mão em mim", vociferou.

Isso sem contar que tentou tomar o celular das mãos de um blogueiro de direita que foi provocá-lo no cercadinho montado para apoiadores servirem de escada para suas declarações contra a oposição. O blogueiro o chamou de "tchutchuca do centrão".

O fato é que não adianta ficar irritado, seus assessores estão certos: se Bolsonaro não se controlar, não conseguirá conquistar o voto dos eleitores moderados, e a reeleição vai para o ralo. No primeiro, ou no segundo turno.