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Bolsonaristas tentam barrar aliado de Lula no agronegócio do Centro-Oeste
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O presidente Jair Bolsonaro instruiu aliados a tentar barrar a candidatura ao Senado do principal articulador da campanha de Lula junto ao agronegócio do Mato Grosso.
Trata-se do deputado federal Neri Geller (PP), que foi ministro da Agricultura da ex-presidente Dilma Rousseff. Ele é candidato ao Senado e presidente regional do PP, apesar de o partido comandar o centrão no Congresso. Disputa a eleição contra o atual senador Wellington Fagundes (PL), que tem o apoio de Bolsonaro.
Capitaneados por Fagundes, os bolsonaristas conseguiram derrubar no Tribunal Superior Eleitoral um acórdão do Tribunal Regional do Mato Grosso (TRE-MT) que havia inocentado Geller da acusação de abuso de poder econômico na eleição de 2018. Com isso o deputado tornou-se inelegível.
Neri Geller afirma que entrará com recurso. Por enquanto, o registro de sua candidatura continua válido até uma decisão do colegiado do TRE-MT.
Na terça-feira, 24, ele convocou uma entrevista coletiva de imprensa em que acusou Fagundes de estar por trás das articulações para barrar seu nome.
O deputado apresentou documento da polícia civil com uma delação premiada em que um empresário acusa o senador Fagundes de ter recebido propina de R$ 1 milhão na campanha eleitoral de 2014.
Como o inquérito estaria parado na polícia, o deputado disse que irá pedir ao Ministério Público que siga com a investigação.
"Vai ser verdade contra mentira. Isso que eu vou fazer. Eu não quero debate do denuncismo, vou trabalhar com a verdade. Tenho documentos em minhas mãos e eu não vou prevaricar como deputado federal que sou", afirmou.
Também em entrevista coletiva, Fagundes rebateu: "Minhas contas foram todas aprovadas pela Justiça, então eu não devo nada". Ele disse que caberá ao delator aprovar e que, por enquanto, não entrará com ação contra o delator.
Enquanto isso, Neri Geller continua engajado na campanha de Lula. Ele assistiu à entrevista do presidenciável ao Jornal Nacional, nesta quarta-feira, e disse que ela trará votos ao petista no agronegócio.
"O Lula falou por três vezes muito bem do agronegócio e enalteceu o ex-ministro da Agricultura e empresário do setor Blairo Maggi. Falou do crédito no mandato dele, da biotecnologia, da implementação do Código Florestal. Foi uma posição muito forte", argumentou.
Ao Estadão Conteúdo, o ex-ministro evitou comentar o termo "fascistas" usado por Lula para se referir a uma parcela dos empresários do setor. Mas disse que as referências do candidato ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) até ajudarão a trazer votos
"Lula colocou tudo em pratos limpos ao dizer que o MST nunca invadiu terra produtiva e ajudou a fazer reforma agrária. Somos testemunhas disso. No governo dele não houve nenhuma invasão em terras produtivas. Teve a reforma agrária, mas foi em áreas improdutivas. Mato Grosso é um exemplo disso", afirmou.
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