Tales Faria

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Mesmo com Mello como vice de Nunes, bolsonaristas discutem adesão a Marçal

Ainda é um assunto tratado com cuidado entre os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Principalmente agora que o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), está prestes a anunciar que aceita como vice de sua chapa à reeleição o nome do coronel da PM Mello Araújo, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

Mas, nas conversas reservadas, os bolsonaristas já admitem desembarcar do apoio à reeleição de Nunes para aderir à candidatura do coach Pablo Marçal (PRTB).

A pesquisa de intenções de voto para prefeito de São Paulo, divulgada nesta quarta-feira (19) pelo do Instituto AtlasIntel em conjunto com a CNN Brasil, alimentou ainda mais essas conversas.

O levantamento apontou o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) na liderança, com a preferência 35,7% do eleitores, e o atual prefeito, Ricardo Nunes, com 23,4%. Mas Pablo Marçal, que é considerado um bolsonarista raiz, aparece em terceiro lugar, com 12,6% das intenções de voto.

Marçal surpreendeu os analistas ao despontar entre os primeiros colocados logo após se declarar candidato, em 24 de maio. Parte dos aliados de Bolsonaro já acredita que ele ultrapassará Nunes. Poucos admitem isso publicamente, mas já há quem fale abertamente, como deputado federal delegado Palumbo.

Em conversa com a coluna, ele foi direto. Disse que considera Marçal com melhores condições:

"Tem muita chance de superar o Nunes e o Boulos. É novo na política, com ideias novas, empreendedor. Nos debates o Pablo é muito rápido de raciocínio, não tem medo de confronto e não se esquiva de perguntas."

Segundo o deputado, Nunes só está antecipando o anúncio do coronel Mello como vice "porque o Pablo é um forte candidato a ganhar toda direita. Vai estancar um pouco a sangria".

Mas Palumbo diz que isso não resolverá a situação do prefeito, porque Marçal, segundo ele, diferentemente de Nunes "é de direita, não de centro direita. E o povo bolsonarista percebe isso. [Ele] vai arrancar muitos votos [do prefeito]. Muitos bolsonaristas preferem o Pablo a Nunes".

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Outros bolsonaristas ouvidos pela coluna acreditam que ainda é cedo para abandonar Nunes. Esperam a ordem de comando "do chefe", o ex-presidente Jair Bolsonaro. Até lá, diferentemente de Palumbo, preferem manter silêncio.

"Tem que esperar o Marçal se consolidar. Se o prefeito esvaziar, aí sim, o Bolsonaro poderá se pronunciar e ditar o melhor rumo para os eleitores que o seguem", disse reservadamente à coluna um aliado do ex-presidente.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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