Thais Bilenky

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Na contramão de adversários, Tabata aposta em confronto direto com Marçal

A deputada Tabata Amaral (PSB) aposta em estratégia oposta aos principais adversários na disputa pela Prefeitura de São Paulo em relação a Pablo Marçal (PRTB): para a campanha da candidata, ignorá-lo não impedirá que se torne conhecido.

O marqueteiro da candidata, Pedro Simões, diz que sem o desafio é saber confrontar Marçal, desenhar perguntas que o deixem fora da zona de conforto. A campanha considerou que a estratégia funcionou no debate da Veja desta semana, uma vez que Marçal chegou a postar cortes de sua interação com Amaral no evento, mas depois apagou.

Ao contrário de Nunes, Guilherme Boulos (PSOL) e José Luiz Datena (PSDB), Tabata Amaral optou por ir ao terceiro debate com o oponente. "Ela vai continuar confrontando-o. O que não pode é ele falar o absurdo que quiser sem ser rebatido, sem contraponto", diz o marqueteiro.

Simões contesta a tese de que Jair Bolsonaro (PL) virou presidente porque ganhou o centro do palco.

"Eu entendo que para alguns adversários o ideal é que o Marçal não fique em evidência, porque sendo mais conhecido ele consegue atrair voto de quem gosta do estilo polemista dele. Mas me parece que não falar dele não vai impedir que ele seja mais conhecido", argumenta Simões.

O marqueteiro se refere sobretudo ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição com apoio tímido de Bolsonaro. Nunes e Marçal disputam o voto bolsonarista, mas o prefeito não quer se restringir a esse eleitorado e tenta ampliar o alcance falando com a população que ele crê ter beneficiado em sua gestão.

A tese é que a rejeição de Marçal vai explodir à medida que ele se tornar mais conhecido e popular.

"O problema é que a gente tem um cenário em que a principal arena da eleição, que hoje é a internet, não tem regras seguras e minimamente equilibradas. E há suspeitas robustas de que ele está subvertendo as poucas regras que existem, como nesse caso de pagar seguidores por cortes" diz Simões. "Então, a realidade é que ele já está tendo um alcance desproporcional. Deixar ele falar sozinho parece pior."

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