Olavistas veem diminuir seu espaço no governo e esperneiam
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Abraham Weintraub caiu. Ricardo Salles está pela bola sete e Ernesto Araújo entrou na alça de mira da demissão.
A cota olavista do governo vê seu espaço diminuir e grita que está sendo atacada pelo "establishment" (a definição de "establishment", para os bolsonaristas raiz, varia conforme o vai da valsa, mas nos últimos dias atendeu pelo nome de Gilmar Mendes).
É um discurso feito sob medida para funcionar nas redes sociais. '
Mas, nos corredores do Planalto, até as estátuas sabem que a perda de espaço da chamada "ala ideológica" do governo não é obra de establishment nenhum, mas consequência de decisões tomadas pelo próprio presidente Bolsonaro - ultimamente mais preocupado em salvar o pescoço do que engrossar o coro ideológico das redes.
O melhor exemplo disso foi a atuação do ex-capitão no episódio em que o ministro do STF Gilmar Mendes acusou os militares de se associarem a um "genocídio" na gestão da crise do coronavírus.
Diante dos urros virtuais pedindo a imolação do magistrado no altar olavista, o presidente preferiu recorrer aos panos quentes. Um princípio de incêndio entre o governo e a Suprema Corte, afinal, é o que menos interessa agora ao ex-capitão e sua enrolada família - ainda mais sendo Gilmar em pessoa o relator da ação que decidirá se o senador Flávio Bolsonaro terá seu caso tocado pela segunda instância da Justiça ou se voltará para as temidas mãos do juiz Flávio Itabaiana.
Essa mesma lógica da sobrevivência está na raiz dos agrados e salamaleques de Bolsonaro ao Centrão, seu fiador no Congresso e cinturão protetor contra a ameaça de impeachment.
Bolsonaro não quer perder a cabeça. E os olavistas não querem perder suas boquinhas.
O establishment são eles.
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