Pesquisa mostra que Bolsonaro achou o mapa da mina
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A capa da "Folha de S.Paulo" circulou logo cedo hoje pelos grupos de WhatsApp do Palácio do Planalto. A pesquisa Datafolha confirmando o "efeito coronavoucher" sobre a popularidade de Jair Bolsonaro, sobretudo no Nordeste, deixou eufóricos os assessores do presidente.
Nada que o faro dos políticos da região já não tivesse detectado.
Nas últimas semanas, choveram convites de lideranças nordestinas para que o ex-capitão visitasse suas bases.
Além dos louros que vem colhendo com a distribuição do auxílio emergencial, o presidente tem outros trunfos na região.
O ministro Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, trabalhou quieto, mas trabalhou muito. E se não tocou nenhuma grande obra até agora, teve a esperteza de investir no término das muitas que encontrou inacabadas, como as rodovias 116 e 101 na Bahia, e a ferrovia Oeste-Leste, por exemplo. Sem falar no Eixo Norte da transposição do rio São Francisco, iniciada no governo Lula e concluída pela pasta de Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional. No final, quem capitaliza é quem entrega.
Nas eleições de 2018, Bolsonaro perdeu feio no Nordeste. Foram quase 4 votos contra 1 para o petista Fernando Haddad. Agora, com a pesquisa Datafolha, o Palácio já arrisca que Bolsonaro conseguirá chegar a 2022 com um placar de 2 a 1 sobre o PT.
Paulo Guedes, como disse Flávio Bolsonaro, vai ter de "arrumar um dinheirinho" para não deixar a fonte do seu pai secar.
Bolsonaro achou o mapa da mina —e agora é tarde demais para querer que volte atrás.
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