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Traído por Guedes, mercado concorda com ministro: "Eu sou o pau da barraca"
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O melhor meme que circulou ontem na internet mostrava Jair Bolsonaro tirando uma máscara do rosto. Por baixo dela, o que surgia era... o rosto de Jair Bolsonaro.
"Bolsonaro não cometeu estelionato, sempre foi o que é, só não via quem não queria. Quem nos traiu foi Paulo Guedes", disse ontem um peso pesado da Faria Lima, o quadrilátero paulistano que abriga gigantes empresariais como Bradesco, J.P. Morgan, Google e Facebook.
Para esse empresário, o episódio da intervenção de Bolsonaro na Petrobras apenas deixou clara a incapacidade do ministro de controlar os ímpetos antieconomia de mercado e estatizantes do presidente.
A cotação de Guedes há muito já andava em baixa.
Ciente disso, o próprio ministro fazia questão de repetir uma frase de efeito a todo empresário que sinalizasse impaciência diante da sua nunca cumprida agenda liberal.
"Eu posso não conseguir fazer o que vocês querem, mas sou a garantia de que não haverá alguém que fará o que vocês não querem".
E concluía, desafiador: "Eu sou o pau da barraca".
Paulo Guedes continuará sendo o pau da barraca e a Petrobras continuará de pé.
A estatal que nem a corrupção do petrolão nos governos petistas conseguiu quebrar não é apenas uma das maiores petroleiras do mundo como ostenta o mais rápido ritmo de expansão no setor (produz hoje 2,9 milhões de barris de petróleo por dia, o que significa 1 milhão de barris a mais do que a média diária de 2013). No pré-mercado de Nova York, as ações da empresa amanheceram em alta de 4%.
Governos passam e a Petrobras fica, mas se alguma coisa morreu no coração dos habitantes da Faria Lima nessa semana foi a esperança de assistir à aprovação das reformas, vista como condição essencial para a queda dos juros, o alívio no câmbio, a melhora no ambiente de negócios e a retomada do crescimento da economia.
"Agora isso tudo ficou para 2023", diz um deles.
Paulo Guedes continuará a ser o pau da barraca e a Petrobras continuará de pé.
Mas, ao menos até 2022, muita coisa perecerá na grama em que Bolsonaro pisa.
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