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2021 fecha com Moro, Doria e Pacheco empacados e Bolsonaro no segundo turno
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Sergio Moro passou o fim de ano apanhando como cão sarnento nas redes sociais.
Nos últimos dias, hashtags como #MoroNaCadeia e #Ladrão foram algumas das que inundaram a internet, segundo monitoramento da AP Exata.
O ex-juiz foi atacado ainda por ter dito que a Lava Jato "combateu o PT" — no que foi interpretado, e disseminado, como uma "confissão" de sua parcialidade no exercício da magistratura.
A tudo isso a maior parte dos apoiadores de Moro assistiu inerte. Desorganizada e despreparada para o contra-ataque, a torcida digital do ex-ministro da Justiça se mostrou incapaz de fazer frente à avalanche de acusações orquestrada por petistas e bolsonaristas.
Até antes de sua filiação ao Podemos, no início de novembro, Moro era a estrela mais promissora da chamada terceira via, aquela em que prometiam embarcar os 38% de eleitores que, segundo pesquisa Exame/Ideia afirmavam no início do ano não querer votar nem no ex-presidente Lula nem em Jair Bolsonaro.
Passado um mês da confirmação da sua pré-candidatura, porém, o ex-juiz, mal ultrapassou os dois dígitos nas pesquisas.
Não foi o único a decepcionar.
João Doria, sagrado vitorioso contra o rival Eduardo Leite nas barulhentas prévias do PSDB, assim como Moro, mal se mexeu no ranking dos pré-candidatos. O nome do governador de São Paulo continua estatisticamente inexistente nas declarações de voto espontâneas (quando o entrevistado diz em quem vai votar sem ver os nomes disponíveis).
Da mesma forma, Rodrigo Pacheco, o candidato a candidato pelo PSD de Gilberto Kassab, tampouco decolou, e Ciro Gomes (PDT) se manteve onde sempre esteve nas últimas eleições, sentado na beira da estrada e vociferando sozinho.
Para um experiente cacique político, o cenário das eleições presidenciais de 2022 já está consolidado: apesar do derretimento de Jair Bolsonaro nas pesquisas, da sua catastrófica gestão da pandemia e da degradação da economia, nenhum dos nomes hoje postos à mesa conseguirá tirar o ex-capitão do segundo turno.
Para isso ocorrer, Bolsonaro, hoje patinando entre 23% e 24% de intenção de votos nas pesquisas, precisaria cair no mínimo seis pontos percentuais.
Para o experiente político, uma queda dessa magnitude dificilmente ocorrerá.
Sobretudo porque a base governista do presidente fará de tudo para carregá-lo nas costas até onde for possível.
Essa base — formada por partidos do Centrão com dinheiro e tempo de TV, lideranças evangélicas dotadas de poderosas máquinas midiáticas e aliados detentores de cargos estratégicos como a Presidência da Câmara— é capaz de amealhar até 15% dos votos pró-Bolsonaro, nas contas do político.
"Outros 8% virão dos loucos que ainda apoiam o presidente", diz. "A soma é suficiente para garantir que será Bolsonaro quem concorrerá contra Lula no segundo turno".
A terceira via fracassou em 2021 e são poucas as chances de conseguir reverter sua sina em 2022 —quando, tudo indica, aos eleitores restará escolher entre a cruz e a caldeirinha.
(A colunista entra em férias e retorna ao trabalho no dia 31 de janeiro)
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