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Thaís Oyama

REPORTAGEM

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Anti-Doria defendem coligação com o MDB e governador como vice de Tebet

O governador João Doria (PSDB): correndo contra o tempo  - Lucas Valença/UOL
O governador João Doria (PSDB): correndo contra o tempo Imagem: Lucas Valença/UOL

Colunista do UOL

21/02/2022 13h03

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O tempo corre contra João Doria.

Com 3% nas pesquisas, o governador de São Paulo continua obsessivamente decidido a disputar a presidência da República pelo seu partido, o PSDB. A ala dos tucanos que quer substitui-lo, no entanto, condicionou seu apoio à exibição de provas de viabilidade eleitoral — em outras palavras, crescimento na intenção de votos.

Ocorre que, por lei, o pré-candidato Doria tem de deixar o governo de São Paulo até o dia 2 de abril e, ao fazê-lo, perderá o comando da máquina administrativa, além de grande parte da visibilidade que tem na mídia. Isso somado, a tendência é de um estancamento, senão de uma queda, nas pesquisas.

A aposta de dirigentes do PSDB contrários à candidatura do governador à presidência é essa: sem a caneta na mão, enfraquecido nas pesquisas e pressionado por lideranças — agora não só do seu partido, mas também do Cidadania, que acaba de aprovar a formação de federação com o PSDB—, Doria poderá ser forçado a aceitar a oferta de disputar a vice. A chapa seria encabeçada pela senadora Simone Tebet, do MDB, partido com o qual o PSDB agora cogita se coligar.

O plano original era formar com o MDB uma federação, que incluiria além do Cidadania, também o União Brasil. A vantagem de investir numa coligação, porém, é de que— no lugar da complexa negociação partidária envolvendo uma miríade de interesses regionais, que obrigatoriamente resultaria numa união de quatro anos— o PSDB e o MDB poderiam juntar nomes, forças e tempo de TV apenas pelo período necessário para eleger sua chapa. O modelo das coligações, proibido desde o ano passado nas eleições para vereador e deputados estadual e federal, continua permitido nas eleições para presidente, senador, governador e prefeito.

Além de mais simples, a saída da coligação com o MDB, na visão de dirigentes do PSDB, teria a vantagem do prazo. A formalização das federações tem de se dar até o dia 31 de maio. Já a formação das coligações pode ocorrer até julho — mês em que começam as convenções partidárias.

Para um dirigente do PSDB, Doria dificilmente conseguirá reverter sua posição nas pesquisas até lá.

"Sem votos, ele terá que se viabilizar na política". E "viabilizar-se na política", aqui, significa conversar e conversar — para, no final, perder os anéis a fim de poupar os dedos.

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