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Thaís Oyama

REPORTAGEM

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S.C., casado com duas mulheres, conta como é a vida de trisal (parte 1)

Penelope Cruz, Javier Bardem e Scarlett Johansson em "Vicky Cristina Barcelona" - Reprodução
Penelope Cruz, Javier Bardem e Scarlett Johansson em "Vicky Cristina Barcelona" Imagem: Reprodução

Colunista do UOL

12/04/2022 04h00Atualizada em 25/05/2022 18h03

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Esta é parte da versão online da edição de segunda-feira (11) da newsletter de Thaís Oyama.

O pedagogo S.C., de São Paulo, vive uma relação de poliamor com duas mulheres — uma delas, a mãe de seus filhos. Aqui, ele conta como o trio se formou e como é o dia-a-dia da família. Para assinar o boletim e ter acesso ao conteúdo completo, clique aqui.

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"A menina era lésbica. Minha mulher ficou deslumbrada, se apaixonou perdidamente"

"Minha primeira companheira é a Mara. Somos casados há 15 anos. Há três, a Lili se juntou a nós. Tudo começou quando eu passei a reparar que a minha mulher falava muito de uma amiga de juventude. Que sentia saudade dela, que tinha sido uma amizade inesquecível, que as duas costumavam dormir juntas e que ela amava muito aquela amiga.

Falava com tanta frequência que eu cheguei a questionar: "Mas será que era só amizade o que você sentia?". Ela dizia que, sim, claro, como é que poderia ser outra coisa? Um dia, a gente estava ouvindo a cantora Maria Gadú e ela disse pra mim:

-Nossa, essa mulher é linda, olha que coisa mais linda.

Eu falei:

-Aposto como se ela cantar no seu ouvido, ela te pega.

Ela riu:

- Jamais!

Uns dias depois, ela disse: "Você sabe que é verdade? Se a Maria Gadú cantasse pra mim, acho que ela me pegava". Acho que foi a partir daí que ela começou a entender melhor a própria sexualidade (...)

Combinamos: a partir dali teríamos um relacionamento aberto e neste relacionamento aberto só entrariam mulheres. Sei que tem um fundo de machismo nisso, mas eu ainda não consigo aceitar a ideia de outro homem entre nós.

Voltamos a morar juntos e ficamos super em paz. A Mara precisava de liberdade para viver uma coisa que foi tomada dela, a bissexualidade que ela não teve a oportunidade de viver. Em tese, eu também podia sair com quem quisesse, embora só tenha começado a ficar com outras meninas muito tempo depois.

Ela tinha namoradas fixas, me mostrava as fotos. Eu sempre gostei de saber, buscava os detalhes, até por uma questão erótica, embora eu saiba que mulher não é objeto, a gente não tem de objetificá-las.

Até então, as meninas com quem ela saía eram lésbicas —e lésbicas gostam de mulheres, não querem saber de marido que vem pendurado junto. Só que isso foi até ela encontrar a Lili, que é uma mulher bi (...)

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