Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
No embate Lula x Bolsonaro, as cores e a cara de cada exército se definem
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O que o Brasil convencionou chamar de "polarização" ganha outra dimensão quando se olha alguns números de perto.
Os que seguem abaixo foram colhidos em pesquisa Quaest/Genial, e mostram que, na eleição presidencial de 2022, é possível atestar que:
- O Nordeste vota em Lula (61%) e o Centro-Oeste vota em Bolsonaro (49%)
- Os mais pobres (até 2 salários mínimos) votam majoritariamente em Lula (56%) e os mais ricos (até 5 salários mínimos ou acima disso) votam em Bolsonaro (44% e 43%)
- Os católicos, em sua maioria, votam em Lula (53%) e os evangélicos (47%) em Bolsonaro
E numa outra categoria de oposição:
- Metade das mulheres brasileiras vota em Lula (50%), enquanto os homens se dividem entre Lula (42%) e Bolsonaro (39%)
- Os pretos votam massivamente em Lula (59%), enquanto os brancos se dividem entre Lula (39%) e Bolsonaro (37%).
"Os números mostram claramente que estas eleições estão opondo dois Brasis", diz o diretor da Quaest, Felipe Nunes.
Além de pertencer a grupos sociais diferentes, os brasileiros que votam em Lula e em Bolsonaro também pensam de formas opostas.
Na pesquisa da Quaest sobre os assuntos que mais contrapõem os eleitores do petista e do presidente, a frase que provocou o maior grau de discordância entre os grupos foi sobre as decisões que Bolsonaro tomou na pandemia.
Enquanto 85% dos eleitores de Lula acham que elas foram equivocadas, apenas 16% dos eleitores de Bolsonaro concordam que o presidente errou.
A segunda maior discordância entre os dois grupos foi em relação à situação da economia: 80% dos eleitores de Lula acham que ela piorou. Já entre os eleitores de Bolsonaro, apenas 28% dizem o mesmo, e ainda assim, a maioria acha que as coisas vão melhorar e que a inflação é um problema que ocorre em todo o mundo (o que "absolveria" de responsabilidade o presidente).
As mortes da pandemia e as questões ligadas à inflação e ao desemprego, que devem ocupar o centro dos debates nas eleições, são, portanto, também as que mais tendem a acirrar os ânimos desde já inflamados dos exércitos adversários — cujas cores e emblemas parecem mais nítidos a cada pesquisa.
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