Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Lula mira em nova onda "Ele Não" enquanto Bolsonaro toca harpa entre chamas
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
A campanha de Luiz Inácio Lula da Silva prepara para a semana que vem uma "superlive" com a participação de artistas como Anitta, Caetano Veloso, Ludmilla, Chico Buarque e "concepção visual" assinada pelo mesmo diretor que em 2016 criou a cerimônia de encerramento das Olimpíadas do Rio.
O evento pretende ser o sprint de Lula na reta final para o primeiro turno.
Mais do que reunir puxadores de voto poderosos num nicho valioso — o dos jovens, incluindo a faixa etária do voto facultativo—, a campanha do petista mira a criação de uma segunda, e quiçá mais bem-sucedida, onda "Ele Não".
O movimento organizado por mulheres contra a candidatura de Jair Bolsonaro em 2018 nasceu nas redes sociais, chegou às ruas, repercutiu no exterior e, na época, ganhou a adesão até da cantora Madonna.
O plano parece estar indo bem.
Ontem, o jurista Miguel Reale Júnior, autor do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, anunciou seu apoio a Lula.
Intelectuais e políticos militantes da esquerda latino-americana, como o argentino e prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel e o ex-presidente do Equador Rafael Corrêa, assinaram uma carta pedindo ao "querido companheiro" Ciro Gomes (PDT) que renuncie à sua candidatura.
Caso não o faça, dizem os signatários, Ciro irá "dispersar forças, debilitar o bloco antifascista, facilitar a vitória de Bolsonaro e eventualmente abrir caminho a um novo golpe de Estado".
A opinião pública, é sabido, se constrói a partir da repetição de uma ideia. E a ideia que se repete agora é de que, sem Lula, resta o dilúvio, e quem não está com ele está com o fascismo.
O PT, com diligência, organização e método, constrói a opinião pública e marcha como sempre marchou nos seus momentos cruciais: resoluto, disciplinado e pronto para esmagar cabeças dissidentes se preciso for.
Já a campanha de Bolsonaro debate-se na primária discussão sobre qual candidato deve apresentar ao eleitor: se o ex-capitão que veio para tocar fogo no "sistema" ou o presidente que precisa de mais quatro anos para terminar sua obra.
Enquanto adultos se estapeiam na sala e crianças se engalfinham no chão, o Mito toca harpa em meio às labaredas que começam a devorar as cortinas do palácio. Dez entre dez colaboradores próximos afirmam que ele acredita piamente na vitória, talvez mesmo no primeiro turno.
Desde o início, o improviso e o alheamento da realidade foram as marcas do governo Bolsonaro. Agora, podem apressar o seu fim.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.