Briga nos bastidores da trégua: onde está a 5ª refém israelense prometida?
Como diz o ditado popular, mais vale um pássaro na mão do que dois voando. No caso, era melhor o premiê israelense Netanyahu --em face da trégua e troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos-- aceitar, nesta primeira fase do acordo, as reféns Karina, Daniella, Naana e Liri e espernear por Arbel Yahud, 29 anos.
Netanyahu, segundo os 007 da espionagem internacional, teve de fazer uma rápida relação de custo-benefício. Então, aceitou receber as quatro reféns, protestar por Arbel e ameaçar o fechamento da passagem do corredor humanitário de Netzarim.
Mais ainda: Netanyahu mandou soltar 200 prisioneiros palestinos, conforme o pactuado com o Hamas e para não abrir a guarda para acusações futuras de descumprimento por parte de Israel.
O Hamas respondeu que ainda no sábado 25 será libertada Arbel, que está viva.
A nova surpresa
Outra surpresa: na lista do Hamas constava o nome de um palestino preso em Israel e sob processo criminal.
O palestino, cujo nome é mantido em segredo, recusou-se a ser libertado e voltar à Faixa de Gaza. Alegou que seria morto pelo Hamas, tão logo pisasse em Gaza.
Houve, então, troca por outro prisioneiro, conforme informou o governo de Israel, pela autoridade penitenciária.
Protesto pela trégua
Como esperado, a direita radical protestou, mais uma vez, contra a aceitação da trégua. Um dos seus líderes, Itamar Ben-Gvir, que representa também a comunidade de judeus russos radicais, disse estar muito feliz com a libertação das reféns, mas que e ainda persiste a necessidade de destruir o Hamas. Um Hamas, resslatou, que agora está em festa e a cantar vitória em Ramalah, com a libertação de prisioneiros.
Numa crítica de cunho populista, Ben-Gvir frisou que o " próximo 7 de Outubro" estava às portas de Israel.
Netanyahu, depois da reação bélica exitosa contra o Hezbollah libanês, melhorou sua popularidade. Não depende tanto dos radicais para se manter como primeiro-ministro.
Os radicais, representados por religiosos e supremacistas --ou seja, a direita radical e expansionista-- também aliviaram a pressão. Os seus membros no Conselho de Guerra, a incluir Ben-Gvir e Bezalel Smotrich, manifestaram-se contra a trégua provisória mas sem a derrubada de poder de Bibi Netanyahu, como o chamam pelo apelido.
Para os críticos de Netanyahu, ele abraça o discurso dos radicais de eliminação completa do Hamas e libertação dos reféns. Com isso, finge não perceber que são duas posições contraditórias, pois o extermínio do Hamas levará ao fim dos reféns. Diria Sherlock Holmes, "elementar meu caro Watson".
Num pano rápido: a trégua ainda é muito frágil.
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